18 de abril, 6ª feira Santa, Paixão do Senhor

Baixar áudio
- Hoje é dia 18 de abril, 6ª feira Santa, Paixão do Senhor.

- A vida de Jesus é inseparável de sua execução, de sua morte. Estas são consequência de seu modo de ser e de estar na vida e com as pessoas. Jesus é condenado porque sua atuação e sua mensagem sacodem na raiz o sistema organizado a serviço dos poderosos do império romano e da religião do templo. A vida de Jesus se havia convertido em um estorvo que era necessário eliminar. Este é o mistério que hoje estamos contemplando. Peça a Deus a graça de compreender Seu abandono, Sua entrega e Seu sofrimento na cruz.

- Escuta alguns versículos da Paixão do Senhor que está presente no Evangelho segundo João, capítulo 18, versículos 1 ao capítulo 19, versículo 42:

Naquele tempo, Jesus saiu com os discípulos para o outro lado da torrente do Cedron. Havia aí um jardim, onde ele entrou com os discípulos. Também Judas, o traidor conhecia o lugar... Judas levou consigo um destacamento de soldados... Os soldados prenderam Jesus e o amarraram... Conduziram-no primeiro a Anás, sumo sacerdote naquele ano... Simão Pedro e um outro discípulo seguiam Jesus... Anás enviou Jesus amarrado a Caifás... Novamente Pedro negou Jesus e na mesma hora, o galo cantou... De Caifás levaram Jesus ao palácio do governador... Pilatos disse a Jesus: “Tu és rei?” Jesus respondeu: “Tu o dizes: eu sou rei”... Pilatos mandou flagelar Jesus. Os soldados teceram uma coroa de espinhos e a colocaram na cabeça de Jesus. Vestiram-no com um manto vermelho... Os judeus gritavam: “Crucifica-o! Crucifica-o!”... Então Pilatos entregou Jesus para ser crucificado, e eles o levaram. Jesus tomou a cruz sobre si e saiu para o lugar chamado “Calvário”. Ali o crucificaram, com outros dois... Perto da cruz de Jesus estava de pé a sua mãe... Jesus, sabendo que tudo estava consumado, e para que a Escritura se cumprisse até o fim, disse: “Tenho sede”... Amarraram numa vara uma esponja embebida de vinagre e levaram-na à boca de Jesus. Ele tomou o vinagre e disse: “Tudo está consumado”. E, inclinando a cabeça, entregou o espírito.

-Gólgota, o monte da Cruz, do Amor e do pranto. Um lugar carregado de densidade. Nele está o amor fiel e atravessado de uma mãe, a fidelidade de um discípulo e a coragem das mulheres que não abandonam nem fogem; ali se expressa a esperança ferida de um bom ladrão, o reconhecimento assombrado de um centurião, a zombaria daqueles que não são capazes de compreender e pedem provas, a indiferença daqueles que repartem as roupas do crucificado; e, sobretudo, Gólgota desvela uma morte que é consequência de uma vida de entrega, feita de gestos, palavras e obras; desvela uma vida que se fez doação radical nas mãos daquele que se revela Misericórdia.

-Sabes compreender e dar sentido ao teu sofrimento, tua dor? Consegues acolher o silêncio de Deus em tua vida?

- “Tudo está consumado” disse Jesus. Contemplando o Crucificado vamos pedir ao Senhor neste dia que nos ajude a permanecer solidários, que nos ajude a olhar a Cruz e escutar o grito dos crucificados nela; escutar os gritos daqueles que vivem na noite do sofrimento, da violência, da injustiça e do desamor. A Cruz é um grito no qual cabem todos os gritos da humanidade, desde o primeiro choro de uma criança até o último suspiro de um moribundo. Escutemos o grito das vítimas do bilionário negócio da venda das armas; o grito dos “descartados” e de todos aqueles que o sistema considera como sobrantes: os sem teto, sem-terra, sem trabalho; o grito daqueles que são julgados por leis injustas em tribunais que, como Pilatos, lavam as mãos....
Rezemos a oração de Dom Bruno Forte:

Senhor Jesus,
Deus crucificado pela vida do mundo,
ajuda-nos a ouvir o silêncio eloquente da Tua paixão,
revelação do infinito Amor.
Faze que possamos reconhecer na Tua morte, no Teu abandono,
o dom Daquele que Te abandona.
E na força do Espírito,
divino Consolador da incomensurável dor na hora nona,
faze que saibamos abandonar-nos contigo nos braços do Pai,
para transformar a história da nossa dor e de todo o sofrimento humano
na história do amor que vence a morte. Amém. Assim seja!


- Deus Santo, Deus forte, Deus imortal,
tende piedade de nós e do mundo inteiro. Amém!




Ícone Arquidiocese de BH