Dom João Resende Costa – Arcebispo Emérito – in memorian
Dom João Resende Costa foi o segundo Arcebispo Metropolitano de Belo Horizonte. Governou a Arquidiocese de 1957 a 1986. Dom João ingressou na Congregação Salesiana aos 18 anos de idade. Frequentou a Universidade Gregoriana, em Roma, onde se doutorou em Teologia, em 1937. Sua ordenação sacerdotal se deu em julho de 1935, na Basílica de Santo Inácio, em Roma.
Depois que retornou ao Brasil, dom João dirigiu, durante o período de 1938 a 1940, o Instituto Teológico Pio XI, em São Paulo. De 1941 a 1943, ocupou o cargo de diretor do Liceu Coração de Jesus, também em São Paulo, e no período de 1944 a 1948 foi diretor do Instituto Teológico Pio XI. A sagração como bispo aconteceu em 23 de fevereiro de 1953, quando foi designado para assumir a Diocese de Ilhéus (BA). O início do ministério foi no dia 28 de junho daquele mesmo ano.
De Ilhéus para Belo Horizonte
Durante os quatro anos em que permaneceu nessa Diocese, entre outras atividades, incentivou a Obra das Vocações Sacerdotais e ampliou o Seminário Diocesano. Terminou ainda a obra da catedral e promoveu importantes celebrações como o Congresso Eucarístico e a Semana Paroquial. A nomeação como arcebispo coadjutor e administrador apostólico “Sede Plena” da Arquidiocese de Belo Horizonte ocorreu em 19 de julho de 1957. O início do ministério foi no dia 30 de novembro desse mesmo ano.
Como dom Cabral se encontrava enfermo, dom João assumiu diversas tarefas. Entre as principais obras que realizou estão a criação de 52 paróquias, inauguração de 75 novos templos, criação de 18 comunidades religiosas masculinas e 60 femininas, além da ordenação de diversos padres. O arcebispo coadjutor ainda organizou o patrimônio da Arquidiocese, construiu o Edifício Pio XII, concretizou juridicamente a Universidade Católica de Minas Gerais, no dia 12 de dezembro de 1958, e construiu seu edifício sede.
A reestruturação da Arquidiocese
Dom João também reestruturou a Arquidiocese dentro das novas linhas do Concílio Vaticano II, criando vigários episcopais, o Conselho Presbiteral, a coordenação de pastoral e as comissões de pastoral. Com a morte de Dom Cabral, em 15 de novembro de 1967, tornou-se arcebispo metropolitano de Belo Horizonte. Participou do 39º Congresso Eucarístico Internacional em 1968, em Bogotá (Colômbia), e neste mesmo ano foi convocado pelo Papa Paulo VI para tomar parte ativa da 2ª Conferência Geral do Episcopado Latino-americano, que aconteceu em Medellín (Colômbia).
No dia 16 de junho de 1985, dom João encaminhou seu pedido de renúncia ao Papa João Paulo II, já que em outubro daquele ano completaria 75 anos.
No dia 5 de fevereiro de 1986, o arcebispo recebeu carta do núncio apostólico, dom Carlo Furno, comunicando que seu pedido havia sido aceito e dom João foi elevado à condição de arcebispo emérito de Belo Horizonte. Com uma vida dedicada à Igreja, dom João Resende Costa nasceu no dia 19 de outubro de 1910, em Borda da Mata (MG). Faleceu no dia 21 de julho de 2007 em Belo Horizonte, aos 96 anos de idade.
Brasão Episcopal
Escudo: De prata com três naus de azul, sendo os mastros em forma de cruz latina, sem velas, e um chefe de azul com uma estrela de seis raios de ouro.
Lema: “In laudem gloriae Dei”
Insígnias: Arquiepiscopais, que são: cruz processional dupla e chapéu prelatício verde com quatro fileiras de borlas.
Comentário: As três naus encimadas cada qual de uma cruz simbolizam a frota de Pedro Álvares Cabral que, fundeando pela primeira vez em Terras de Santa Cruz, aqui trouxe a fé na Santíssima Trindade e no mistério da Cruz do Redentor.
A missão essencial do bispo é levar seus filhos espirituais, através do mistério da Cruz, à participação da própria vida da Divina Trindade – conforme o espírito do capítulo primeiro da epístola aos Efésios, onde três vezes o Apóstolo repete o lema: “in laudem gloriae gratiae suae (vs. 6); in laudem gloriae eius (vs.12); in laudem gloriae ipsius (vs. 14)“.
O fundo branco, de prata, é a lisura e fidelidade que deseja ter o Pastor, na defesa de suas ovelhas, e na guarda dos tesouros da Fé e das tradições cristãs da Terra de Santa Cruz. A estrela em fundo azul – das armas da Congregação Salesiana, à qual pertence o Arcebispo T. de Martirópolis – é a Virgem “Stella marris” que, como poderosa Auxiliadora do Povo Cristão, é a celeste Protetora e Guarda dos bens divinos, simbolizados na primeira cruz implantada em terras do Brasil, no território da primeira Diocese ocupada pelo Arcebispo.