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9 de março, 1º Domingo da Quaresma

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-Hoje é dia 9 de março, 1º Domingo da Quaresma.

-Vivemos um contexto social e cultural no qual se constata um modo de vida que não favorece o contato profundo consigo mesmo. Seduzido por estímulos ambientais, envolvido por apelos vindos de fora, cativado pela mídia, pelas inovações rápidas, magnetizado por ofertas alucinantes, o ser humano se esvazia, se dilui, perde a interioridade e... se desumaniza. Tudo se torna líquido: o amor, as relações, os valores, a ética, as grandes causas... O Evangelho de hoje insiste que Jesus se deixa conduzir pela força do Espírito; por isso, vive uma integração a partir de seu coração e não se deixa levar pelas aparências enganosas.

- Abra o coração e se coloca na escuta das palavras do Evangelho de Jesus Cristo Segundo Mateus, Capítulo 4, versículos de 1 a 11:

Naquele tempo, o Espírito conduziu Jesus ao deserto, para ser tentado pelo diabo. Jesus jejuou durante quarenta dias e quarenta noites,
e, depois disso, teve fome.
Então, o tentador aproximou-se e disse a Jesus:
"Se és Filho de Deus, manda que estas pedras se transformem em pães!".
Mas Jesus respondeu: "Está escrito: 'Não só de pão vive o homem,
mas de toda palavra que sai da boca de Deus'".
Então o diabo levou Jesus à Cidade Santa, colocou-o sobre a parte mais alta do Templo, e lhe disse: "Se és Filho de Deus, lança-te daqui abaixo!
Porque está escrito: 'Deus dará ordens aos seus anjos a teu respeito,
e eles te levarão nas mãos, para que não tropeces em alguma pedra'".
Jesus lhe respondeu: "Também está escrito:
'Não tentarás o Senhor teu Deus!'"
Novamente, o diabo levou Jesus para um monte muito alto.
Mostrou-lhe todos os reinos do mundo e sua glória, e lhe disse: "Eu te darei tudo isso, se te ajoelhares diante de mim, para me adorar".
Jesus lhe disse: "Vai-te embora, Satanás, porque está escrito:
'Adorarás ao Senhor teu Deus e somente a ele prestarás culto'".
Então o diabo o deixou.
E os anjos se aproximaram e serviram a Jesus.

-O que parece claro neste evangelho é que Jesus, depois do batismo, buscou o deserto para um tempo de discernimento, em oração, em solidão, diante do Pai que o proclamou seu Filho, sob o impulso do Espírito; de algum modo teve de refletir e discernir sobre que tipo de messianismo assumiria para sua missão em sua vida pública. É um tempo de confronto interior, de crise. Jesus não quer um messianismo que reduza o ser humano a um consumidor de pão; este precisa também do alimento da Palavra de Deus que ative sua dignidade de interlocutor de Deus, o coloque de pé e o conduza a assumir ele mesmo o trabalho de fazer o pão e reparti-lo entre todos. Em vez de seduzir o povo com prodígios e espetáculos, Jesus prefere uma proximidade do tu a tu, nas mesmas praças e caminhos, na convivência criativa e nos encontros humanizadores. Jesus não buscará o poder da dominação política e da imposição pela força. Preferirá o caminho do serviço. O caminho de Jesus é absolutamente novo. Nem impressionar, nem seduzir, nem dominar a liberdade do ser humano. Só servir.

-Qual é a sua provação? qual é a sua tentação? O que é que nos seduz?
* O que é que te tenta? O que é que te desvia de teu eixo, do teu caminho?
* O que é que te desvia do ser essencial?

- Diz o evangelho: “... o Espírito conduziu Jesus ao deserto,’”. Diz Pe. Adroaldo Palaoro:
“Para chegar a teu verdadeiro ser, é preciso atravessar teu próprio deserto. Liberta-te de tudo que acreditas ser, para chegar ao que és de verdade. Somente em teu próprio deserto se desvelará o sentido verdadeiro de tua vida. Isso sim, impulsionado pelo Espírito.
Que esse tempo quaresmal possa ser um tempo precioso para “afinar” nosso interior: sermos mais sensíveis à realidade que nos cerca, buscar nela as pegadas de Deus que nos conduzem ao encontro, e deixar-nos alcançar pela graça de um Pai que deseja para todos nós a felicidade e a alegria.”

- Termine sua oração dando graças pela presença do Senhor em sua vida. Peça que ele te ajude a atravessar os desertos de sua vida.

-O Senhor nos abençoe e nos guarde. O Senhor nos mostre o Seu rosto brilhante. O Senhor nos conceda sempre a sua paz.
Glória ao Pai, ao Filho e ao Espírito Santo. Assim como era no princípio, agora e sempre. Amém.




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