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2 de março, sábado, 2ª semana da quaresma

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- Hoje é dia 02 de março, sábado da 2ª Semana da Quaresma.

– O evangelho de hoje é, neste tempo quaresmal, uma especialíssima oportunidade de revisão da relação pessoal com Deus. Os fariseus e mestres da lei criticavam Jesus, por acolher publicanos e pecadores que, se aproximavam para escutá-lo. Com a parábola do Pai, que é puro amor e misericórdia, Jesus mostra a face de Deus, com quem possui profunda identificação e por isso sabe como receber os pecadores arrependidos. Ela é um convite a pensar, sobre as atitudes, tanto do filho mais novo, quanto do mais velho, que estão no interior de cada pessoa. Agradeça ao Senhor, pela presença de Deus, que sempre acolhe cada filho ou filha com o coração que transborda amor e perdão.

-Escuta o Evangelho Segundo Lucas, Capítulo 15, versículos 1-3 e 11 a 32:
Naquele tempo, os publicanos e pecadores aproximavam-se de Jesus para o escutar. Os fariseus,
porém, e os mestres da Lei criticavam Jesus. "Este homem acolhe os pecadores e faz refeição com eles". Então Jesus contou-lhes esta parábola:
"Um homem tinha dois filhos. O filho mais novo disse ao pai:
'Pai, dá-me a parte da herança que me cabe'.
E o pai dividiu os bens entre eles. Poucos dias depois, o filho mais novo juntou o que era seu e partiu para um lugar distante. E ali esbanjou tudo numa vida desenfreada. Quando tinha gasto tudo o que possuía, houve uma grande fome naquela região, e ele começou a passar necessidade. Então foi pedir trabalho a um homem do lugar, que o mandou para seu campo cuidar dos porcos. O rapaz queria matar a fome com a comida que os porcos comiam, mas nem isto lhe davam. Então caiu em si e disse:
'Quantos empregados do meu pai têm pão com fartura, e eu aqui, morrendo de fome'. Vou-me embora, vou voltar para meu pai e dizer-lhe: 'Pai, pequei contra Deus e contra ti; já não mereço ser chamado teu filho. Trata-me como a um dos teus empregados'. Então ele partiu e voltou para seu pai. Quando ainda estava longe, seu pai o avistou e sentiu compaixão. Correu-lhe ao encontro, abraçou-o, e cobriu-o de beijos. O filho, então, lhe disse:
'Pai, pequei contra Deus e contra ti. Já não mereço ser chamado teu filho'.
Mas o pai disse aos empregados:
'Trazei depressa a melhor túnica para vestir meu filho. E colocai um anel no seu dedo e sandálias nos pés. Trazei um novilho gordo e matai-o. Vamos fazer um banquete. Porque este meu filho estava morto e tornou a viver; estava perdido e foi encontrado'. E começaram a festa. O filho mais velho estava no campo. Ao voltar, já perto de casa, ouviu música e barulho de dança. Então chamou um dos criados e perguntou o que estava acontecendo. O criado respondeu:
'É teu irmão que voltou. Teu pai matou o novilho gordo, porque o recuperou com saúde'.
Mas ele ficou com raiva e não queria entrar. O pai, saindo, insistia com ele. Ele, porém, respondeu ao pai:
'Eu trabalho para ti há tantos anos, jamais desobedeci a qualquer ordem tua. E tu nunca me deste um cabrito para eu festejar com meus amigos. Quando chegou esse teu filho, que esbanjou teus bens com prostitutas, matas para ele o novilho cevado'.
Então o pai lhe disse:
'Filho, tu estás sempre comigo, e tudo o que é meu é teu. Mas era preciso festejar e alegrar-nos,
porque este teu irmão estava morto e tornou a viver; estava perdido, e foi encontrado' "

-Com a parábola, Jesus direciona o olhar para o pai que acolhe o pedido do filho mais novo, entrega sua parte da herança, respeita sua opção de vida. Longe dos projetos e coração do pai, ele distante e sem os bens, se vê perdido, na miséria, resta-lhe a memória da experiência na casa do pai, ela é a força que o faz retornar e pedir perdão. O pai, que sempre esteve à espera, acolhe o filho arrependido num abraço e festeja seu retorno. Ele também faz o movimento de ir, paciente e amorosamente, ao encontro do filho mais velho. Este que sempre esteve em casa, mas seu coração não pulsava junto ao do pai, não acolhe e reclama a festa pela volta do irmão. O pai não é indiferente, não desiste de nenhum dos filhos, quer a ambos abraçar e festejar a vida. Peça ao Senhor, a graça de buscar sempre a fraternidade desejada pelo Pai, a vivência sem julgamentos com os filhos “de dentro e de fora”, como nos lembra a Campanha da Fraternidade: “Vós sois todos irmãos e irmãs.”.

- Há em você, algo do irmão mais novo? Pensa em viver projetos individualistas, sem compromissos com os projetos de Deus? Como o irmão mais velho, em algum momento se fecha, se distanciando do coração de Deus, se acha melhor, não acolhe e julga atitudes de outras pessoas? Em que momentos consegue ser presença amorosa, alegre, respeitosa e como coração de Deus, acolhe, perdoa, age com misericórdia, sem julgamento?

- Ouça a voz amorosa do Pai Misericordioso que te diz: 'Filho, tu estás sempre comigo, e tudo o que é meu é teu. Mas era preciso festejar e alegrar-nos, porque este teu irmão estava morto e tornou a viver; estava perdido, e foi encontrado' ". Buscando ser filho(a) que possui o coração que pulsa unido ao coração do Pai e assim, ser com Ele o rosto da misericórdia, ouça a oração/poema do Cardeal José Tolentino de Mendonça:

Faz-nos trilhar, Senhor, a estrada da Misericórdia.
Dá a cada um de nós a capacidade de acolher apenas,
sem juízos prévios, nem cálculos.
Dá-nos a arte de acolher o trêmulo, o ofegante,
o frágil modo com que a vida se expressa.
Torna-nos atentos ao desenho silencioso e áspero dos dias:
à dor profunda e, porém, quase anônima a nosso lado; ao grito sem voz;
às mãos que se estendem para nós sem as vermos; à necessidade que nem encontra palavras.
Ensina-nos que fomos feitos para a Misericórdia
e que ela é a Sabedoria que Tu, Senhor, mais amas.

-Termina sua oração, pedindo a graça de ser corajoso(a) para regressar ao encontro do Pai, quando se distanciar e, um coração puro, sensível e aberto que sinta a dor, a exclusão do outro e possa acolher e ser presença misericordiosa onde estiver.

- Glória ao Pai, ao Filho e ao Espírito Santo, como era no princípio, agora e sempre. Amém.














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