19 de outubro, 29º Domingo do Tempo comum
- Hoje é dia 19 de outubro, 29º Domingo do Tempo comum.
- Na parábola deste domingo, a viúva é apresentada como modelo de atitude diante de Deus pela sua persistência, pela sua coragem frente a um juiz surdo à voz de Deus e indiferente ao sofrimento dos oprimidos. Ela não desiste, continua lutando por si mesma e por seu direito à vida, indo ao juiz dia após dia. Abra seu coração para acolher no grito desta viúva, o grito de Jesus.
-Escuta o Evangelho segundo Lucas, capítulo 18, versículos 1 a 8:
Naquele tempo, Jesus contou aos discípulos uma parábola, para mostrar-lhes a necessidade de rezar sempre, e nunca desistir, dizendo: “Numa cidade havia um juiz que não temia a Deus, e não respeitava homem algum. Na mesma cidade havia uma viúva, que vinha à procura do juiz, pedindo: ‘Faze-me justiça contra o meu adversário!’ Durante muito tempo, o juiz se recusou. Por fim, ele pensou: ‘Eu não temo a Deus, e não respeito homem algum. Mas esta viúva já me está aborrecendo. Vou fazer-lhe justiça, para que ela não venha agredir-me!’” e o Senhor acrescentou: “Escutai o que diz esse juiz injusto. E Deus, não fará justiça aos seus escolhidos, que dia e noite gritam por ele? Será que vai fazê-los esperar? Eu vos digo que Deus lhes fará justiça bem depressa. Mas o Filho do homem, quando vier, será que ainda vai encontrar fé sobre a terra?”
- A parábola da viúva deste domingo, a quem a lei e o direito não lhe davam segurança; só lhe restava seu rosto indignado e seu grito suplicante para exigir justiça, sendo assim capaz de impactar e mudar o coração de um juiz iníquo. Na tradição bíblica, a viúva é, junto com o órfão e o estrangeiro, o símbolo por excelência da pessoa indefesa que vive desamparada, a mais pobre dos pobres. A “viúva” é uma mulher sozinha, sem a proteção de um esposo e sem apoio social algum. Só tem adversários que abusam dela. Toda sua vida se transforma num grito de protesto: “faze-me justiça!”. Seu pedido é o de todos os oprimidos injustamente. Um grito que vai ao encontro daquilo que Jesus dizia aos seus seguidores: “Buscai o Reino de Deus e sua justiça”.
- Quê ressonâncias pode encontrar hoje em cada um de nós este relato dramático que nos lembra tantas vítimas abandonadas injustamente à própria sorte? Por que nossa comunicação com Deus não nos torna sensíveis para escutar o clamor daqueles que sofrem injustamente?
- “Mas o Filho do homem, quando vier, será que ainda vai encontrar fé sobre a terra?”. Esta parábola não trata de uma situação particular, mas recolhe a experiência mais profunda da Bíblia, desde os hebreus no Egito que gritam e Deus os escuta. Para que a realidade se transforme, continua sendo necessário o grito das viúvas, a voz de todos os oprimidos do mundo, que clamam diante de Deus e diante dos homens. Esta é a fé fundamental, a fé da viúva que grita e pede justiça. Diz o Pe. Adroaldo Palaoro:
“Externamente o grito da viúva parece muito pouco; não é nada e, no entanto, essa voz foi e continua sendo mais poderosa que todas as armas e dinheiro do sistema. Esta é a revolução de todas as viúvas do mundo, ou seja, de todos os injustiçados, uma revolução que tem que começar, a partir do Evangelho. No espaço da oração experimentamos nosso direito à vida; ali encontramos paz, ajuda e cura. Ao mesmo tempo, a oração nos leva ao espaço interior do silêncio, onde o nosso juiz interior é desarmado de sua arrogância. Orar, portanto, significa: não desistir de si mesmo. A oração é um desejo esperançado, fundado na confiança de que o Deus, todo misericórdia e cuidado a partir dos últimos, não abandona nunca.”
- Termina a tua oração pedindo a graça da perseverança na oração e o dom da paciência, fruto do Espírito que clama em nós. Clame a Deus pelos que vivem na miséria, na fome, nas guerras...
- Glória ao Pai e ao Filho e ao Espírito Santo; como era no princípio, agora e sempre. Amém!