
Depois do convite de 2022 para “Escutar com o ouvido do coração” , o tema do Dia das Comunicações Sociais de 2023, anunciado nessa quinta-feira, 29, pelo Vaticano, traz a proposta de se “Falar com o coração, fazendo isso com afabilidade, usando o dom da comunicação como ponte e não como muro”, diz o comunicado. Falar com o coração, afinal, significa “dar esperança do que há em nós. Ou seja, mesmo as palavras, especialmente aquelas que chegam a um público para informá-lo, precisam ser despojadas de uma certa “psicose de guerra”, que hoje impera até mesmo entre profissionais do setor das comunicações”, reforça a mensagem. . Assim, ano após ano, o Papa continua a propor uma visão sobre como comunicar, acrescentando cada vez uma peça à reflexão.
Falar a verdade com misericórdia
Este convite reflete o estilo comunicativo do Sínodo, que celebrará sua fase conclusiva no final de 2023. Mas há sobretudo o desejo do Papa Francisco por um sistema midiático que saiba ir contra a corrente, sobretudo, diz a nota, “numa época marcada – mesmo na vida eclesial – por polarizações e debates exasperados que exacerbam as almas”.
Comunicação para o desarmamento integral
Como o anúncio do Evangelho – que também, afirma-se na nota, contém verdades às vezes inconvenientes de serem ditas – não pode ser feito sem misericórdia ou sem uma “participação sincera nas alegrias e sofrimentos do homem do nosso tempo”.
“No contexto dramático do conflito global que vivemos, é mais necessário do que nunca que se afirme uma comunicação não hostil”, destaca o texto do Vaticano. O texto reforça ainda a comunicação aberta ao diálogo com o outro como medida que favorece o “desarmamento integral”: “que trabalhe para desmantelar a ‘psicose de guerra´ que se aninha em nossos corações, como profeticamente incentivou São João 23, há 60 anos, na Pacem in Terris. É um esforço que é pedido a todos nós, mas sobretudo aos operadores de comunicação, chamados a exercer a sua profissão como missão de construir um futuro mais justo, mais fraterno, mais humano.”