Durante a Audiência Geral, nesta quarta-feira, 28 de maio, na Praça São Pedro, o Papa Leão XIV convidou milhares de fiéis a meditarem as parábolas do Evangelho sobre o Bom Samaritano, destacando a beleza da compaixão em nossas vidas.
O Pontífice iniciou sua reflexão recordando que a parábola do Bom Samaritano foi uma das mais famosas de Jesus, e nos conta sobre um “doutor da Lei que, centrado em si mesmo e sem se preocupar com os outros, interroga Jesus sobre quem é o ‘próximo’ a quem deve amar. O Senhor procura mudar a ótica contando a parábola que é uma viagem para transformar a questão: não se deve perguntar quem é o próximo, mas fazer-se próximo de todos os que necessitam”.
Cuidar do outro
O Papa Leão XIV continuou sua catequese descrevendo o cenário em que a parábola se passa: “O cenário da parábola é o caminho percorrido por um homem que desce de Jerusalém, a cidade sobre o monte, para Jericó, a cidade abaixo do nível do mar, um caminho difícil e intransitável, como a vida. “Durante o percurso, aquele homem é atacado, espancado, roubado e deixado meio morto. Uma experiência vivida diariamente, quando nos encontramos com o outro, com a sua fragilidade, e podemos decidir cuidar das suas feridas ou passar longe”.
“A vida é feita de encontros, e nesses encontros nos revelamos quem somos. Encontramo-nos perante o outro, perante a sua fragilidade e a sua fraqueza e podemos decidir o que fazer: cuidar dele ou fingir que nada acontece”, sublinhou.
Somos chamados a ser humanos
“Um sacerdote e um levita, que ‘vivem no espaço sagrado’, passam pelo mesmo caminho. No entanto, a prática do culto não leva automaticamente à compaixão, porque antes de ser uma questão religiosa, a compaixão é uma questão de humanidade! Antes de sermos crentes, somos chamados a ser humanos”.
Segundo o Pontífice, “muitas vezes a pressa, tão presente nas nossas vidas, também pode nos impedir de experimentar a compaixão, que deve ser expressa em gestos concretos”. “Aquele que pensa que a sua própria viagem deve ter prioridade não está disposto a parar por um outro, diversamente do samaritano que se fez próximo daquele que estava ferido”.
“Este samaritano para simplesmente, porque é um homem perante um outro homem que precisa de ajuda. A compaixão é expressa através de gestos concretos. O evangelista Lucas detém-se nas ações do samaritano, a quem chamamos ‘bom’, mas que no texto é simplesmente uma pessoa: o samaritano se aproxima, porque se se quer ajudar alguém não se consegue pensar em manter a distância, é preciso envolver-se, sujar-se, talvez contaminar”, sublinhou Papa Leão XIV.
Sentir o peso da dor do outro
“O Bom Samaritano toma conta dele, porque realmente se ajuda quem está disposto a sentir o peso da dor do outro, porque o outro não é um pacote para ser entregue, mas alguém para cuidar. Como Jesus faz conosco, assim devemos fazer com nossos irmãos necessitados de auxílio”.
Ao fim de sua catequese o Pontífice rogou aos fiéis sobre a importância da compaixão expressa em gestos concretos em nosso dia a dia:
“Queridos irmãos e irmãs, quando é que nós também seremos capazes de parar a nossa viagem e ter compaixão? Quando compreendermos que aquele homem ferido na estrada representa cada um de nós. E então a recordação de todas as vezes que Jesus parou para cuidar de nós, vai nos tornar mais capazes de sentir compaixão. Rezemos, então, para que possamos crescer em humanidade, para que as nossas relações sejam mais verdadeiras e ricas em compaixão”.
*Informações Vatican News