Pastoral do Surdo: ações dedicadas à inclusão na vivência  da fé

 

Nos últimos 15 meses, a vida de Luana Santiago, 40 anos, sofreu uma drástica mudança. Ela perdeu o emprego em uma empresa de equipamentos automotivos localizada no Sul de Minas Gerais. Surda de nascença, Luana encontrou dificuldades para recolocação profissional, mudou-se para Contagem e, atualmente, é amparada pela Pastoral do Surdo da Arquidiocese de Belo Horizonte. “A ajuda que a Pastoral tem me dado é inestimável. Trata-se de um espaço de partilha de experiências, emoções, onde todos têm um único objetivo: se colocar no lugar do outro. Eu e muitas pessoas acolhidas pela Pastoral do Surdo temos uma enorme gratidão por todos que ali colaboram e, às vezes, até trabalham no anonimato com coração doador, um coração cheio de amor. E quem planta amor nunca morre. Tenho um grande amor e gratidão eterna por todos que me ajudaram a construir meu alicerce com Deus”, diz Luana, que mora sozinha e tem recebido cestas básicas. “Com o acompanhamento de um intérprete da Pastoral do Surdo, consigo me comunicar melhor, entrar em contato com empresas em busca de trabalho”.

Atualmente, ela assiste a eventos virtuais e segue as atividades da Pastoral pelas redes sociais. Luana Santiago conta que conheceu a Pastoral por meio de Maria Barbosa, que foi sua professora no curso de manicure e cabeleireira realizado na Escola Estadual Francisco Firmo de Matos, em Contagem, onde fez a Primeira Comunhão e a Crisma, com o apoio do padre Mauro Luiz da Silva. Nessa época, a Pastoral estava no início e não possuía espaço próprio. “Ao longo dos anos, ela se solidificou  e hoje é de fundamental de importância para a comunidade surda”, destaca Luana Santiago.

Integrante da Pastoral do Surdo da Arquidiocese de Belo Horizonte e coordenadora no Regional Leste 2 da CNBB, que compreende os estados de Minas Gerais e Espírito Santo, Brunna Aguiar diz que a pandemia da covid-19 fez com que as atividades se tornassem telepresenciais, com a transmissão de eventos, celebrações e palestras em lives educativas. Na quarta-feira,  4 de novembro, foi realizada a live “Vamos falar sobre inclusão?”. No dia 28 de outubro ocorreu a live “Mulheres e as eleições municipais”, com a participação da socióloga Zélia Rogedo, que é assistente episcopal para Ação Social do Vicariato Episcopal para Ação Social, Política e Ambiental da Arquidiocese de Belo Horizonte. Outra live especial, que reuniu muitos participantes, foi a realizada no Dia Nacional do Surdo, 26 de setembro. A palestrante Elisabete Bernardi desenvolveu reflexões e dinâmicas durante a apresentação.

No dia 7 de novembro, depois de quase 11 meses, a Pastoral retomou as celebrações com a presença de uma assembleia de fiéis. “Seguimos todos os protocolos indicados pelo documento Evangelização Missionária: um novo tempo, da Arquidiocese de Belo Horizonte, com diretrizes para se evitar a propagação do novo coronavírus. Esperamos retomar todas as atividades em breve”, explica Bruna Aguiar, dentre elas o Curso de Noivos, Encontro de Casais Surdos e o curso para formação de Ministros Extraordinários da Comunhão Eucarística.

 

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