Pastoral da Sobriedade se dedica a encontros telepresenciais para ajudar quem busca superar diferentes formas de dependência

A cabeleireira Marlene Rosário Ferreira Brito, 62 anos, sempre foi uma “pessoa difícil”, segundo suas própria palavras, mas seu comportamento tornou-se ainda pior quando passou a exagerar no consumo de bebidas alcoólicas. “Cada dia eu me afundava ainda mais no vício”, diz Marlene Brito. Uma rotina que se transformou há seis anos, quando ela passou a ser assistida pela Pastoral da Sobriedade da Arquidiocese de Belo Horizonte. “Minha vida mudou radicalmente quando passei a frequentar as reuniões da Pastoral da Sobriedade e a seguir os 12 passos”, ressalta. Os doze passos que são vivenciados pelos integrantes da Pastoral são: admitir; confiar, entregar, arrepender-se, confessar, renascer, reparar, professar a fé, orar e vigiar, servir, celebrar e festejar.

A entrada de Marlene na Pastoral da Sobriedade também foi motivada por um episódio ocorrido em sua família. Em um fim de semana, em que sempre eram realizadas as bebedeiras incontroláveis, ela recebeu a visita de uma netinha, que, na época, tinha apenas dois anos de idade, que lhe perguntou: “Vovó, que cheiro forte é esse?”. A neta referia-se  ao odor resistente que exalava de uma garrafa de pinga. “Naquele dia, eu recebi um puxão de orelha de um pingo de gente, que era muito especial para mim. Por isso, conversei com o meu marido, que também bebia muito, e disse que teríamos que nos controlar e ser exemplos para os nossos netos”, diz Marlene Brito.

Durante as reuniões da Pastoral da Sobriedade ele conseguiu perceber que era dependente da bebida e precisava vencer o vício. Hoje, Marlene sempre compartilha sempre o testemunho de sua mudança de vida. “Transmitindo a minha experiência, eu consegui fazer com que dois conhecidos se moderassem mais no consumo do álcool e até de crack. Hoje, eles estão evoluindo para pôr fim à dependência química. Falei para refletirem o que as drogas estavam fazendo com a vida deles, e os motivei a buscar um novo caminho”, explica. A mudança de comportamento de Marlene foi celebrada pelos três filhos dela, duas moças e um rapaz, que nunca se embriagaram.

Antes da Pandemia, a Pastoral da Sobriedade realizou  a Semana de Prevenção ao Alcoolismo, nos dias 13 a 19 de fevereiro de 2020. Houve no mesmo período cursos de formação de agentes multiplicadores e retiros durante o carnaval. Nessas ocasiões, a Pastoral da Sobriedade fez divulgação, acolhida e compartilhou informações.

Durante a fase crítica da  pandemia, a Pastoral organizou lives em substituição às reuniões presenciais. Em setembro, as atividades presenciais retornaram, com as reuniões de grupo  autorizadas segundo as orientações do documento  “Evangelização Missionária: um novo tempo”, da Arquidiocese de Belo Horizonte. “Quando a pandemia passar,  faremos mais um curso de capacitação de líderes”, diz a coordenadora arquidiocesana da Pastoral da Sobriedade, Vilma Miranda Saraiva. Atualmente, a Pastoral da Pessoa Idosa possui 27 grupos de autoajuda, com média de dez participantes por reuniões, com o apoio de integrantes 270 famílias.

 

 

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12.120 pessoas foram beneficiadas com encontros da Pastoral da Sobriedade, em muitas comunidades de fé da Arquidiocese de Belo Horizonte

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