Novas tecnologias ajudam a fortalecer o trabalho da Pastoral dedicada a pessoas com deficiência visual

As pessoas que sofrem com a deficiência visual são ainda mais expostas ao risco de se contaminar com o novo coronavírus. “O deficiente usa muito o toque no dia a dia, seja para tatear objetos, seja para se localizar e até mesmo para fazer a leitura em braile. Além disso, o contato próximo com outras pessoas é inevitável”, diz o padre Marco Antônio Gonçalves Porto, coordenador da Pastoral dos Deficientes Visuais na Arquidiocese de Belo Horizonte. Diante dessa realidade, a Pastoral organizou momentos de interação telepresencial, que contribuíram para a vivência da fé e a sociabilidade entre os que não possuem o sentido da visão. “Organizamos lives educativas, momentos de leitura orante da bíblia e de reflexão sobre os textos sagrados. Transmitimos celebrações de Missa e mantivemos contato com os deficientes visuais assistidos pela Pastoral por meio de aplicativos de mensagem”, explica. Segundo o padre Marco Antônio Porto, essa adaptação foi desafiadora porque, geralmente, os deficientes visuais não são muito conectados aos meios digitais.

O padre Ricardo de Paula Vieira, que também integra a coordenação da Pastoral dos Deficientes Visuais, conta que as atividades presenciais estão paralisadas desde fevereiro de 2020. “Depois que a vacina contra o coronavírus chegar, retornaremos os encontros e atividades com algumas novidades”, afirma. O sacerdote diz que o projeto de atuação da Pastoral dos Deficientes Visuais da Arquidiocese de Belo Horizonte está servindo de modelo para pastorais de outros estados. Na agenda da Pastoral para 2021, está previsto um Encontro Nacional de Deficientes Visuais.

Outra iniciativa em fase de implantação na Pastoral é o cadastramento e distribuição de currículos de pessoas com deficiência visual. A ideia é ajudar especialmente os mais jovens a encontrarem vaga no mercado de trabalho. Padre Ricardo lembra que, pela legislação brasileira, empresas devem destinar postos de trabalho a pessoas com deficiência. “O jovem deficiente, às vezes, fica excluído do mercado de trabalho devido a preconceitos incabíveis. Sofre, por isso, com um sentimento de incapacidade. Nossa proposta é fazer com que empresas se solidarizem com os deficientes e possam integrá-los ao quadro de funcionários.”

 

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