Dona Maria das Graças Bernardes trabalhou, por muitos anos, como empregada doméstica. E a sua história assemelha-se à de muitas outras mulheres que, vindas do interior, dedicaram suas vidas a trabalhar nos lares das famílias residentes na Capital. Com o avançar da idade e sem condições para continuar se dedicando a esse pesado trabalho, dona Maria foi amparada pela Casa Santa Zita. Hoje, aos 77 anos, ela conta que gosta de ajudar as Irmãs Gracianas, responsáveis pela administração da instituição, no cuidado com as outras idosas amparadas pela Casa. “Aqui também tenho a oportunidade de ajudar. É uma forma de retribuir o ótimo acolhimento que recebi das Irmãs”, explica Graça, como é carinhosamente chamada na Instituição. “E isso me dá vida”, conclui. Ela, que gosta muito de música, toca piano em seu quarto e durante as celebrações na Capela. Também é comum ouvi-la cantarolando, feliz, pelos ambientes da Casa.
Amparar idosas em situação de risco social para que possam viver felizes é a missão da Casa Santa Zita, que integra a Fundação Obras Sociais Nossa Senhora da Boa Viagem. A Instituição pode receber até 30 idosas encaminhadas pelo poder público. Atualmente, reúne 27 moradoras. A Casa foi criada em 1954, a partir da Associação Santa Zita, formada por idosas que trabalharam como empregada doméstica, e tornou-se a primeira obra social mantida pela Fonsbem. Santa Zita é a padroeira das empregadas domésticas. “Todas as pessoas que moram aqui são minhas amigas”, conta dona Maria das Graças.
Vidas que se transformam no Lar Frei Leopoldo
Há 35 anos o Centro Social Lar Frei Leopoldo abriga crianças e adolescentes que estão em risco e vulnerabilidade social. São meninas vítimas de violência doméstica, abandono familiar e muitas outras situações que as impedem de viver com alegria nos lares em que nasceram. Também mantido pela Fonsbem, com o apoio das Irmãs Gracianas, o Lar oferece apoio psicológico e educacional. A equipe da Instituição é formada por assistente social, psicólogo, educadoras, entre outros profissionais, todos empenhados no bem-estar das crianças.
Muitas meninas que chegam ao Lar Frei Leopoldo mal sabem ler e escrever, a exemplo das irmãs Luíza e Fabiana (nomes fictícios, pois a identidade das crianças precisa ser preservada). Com todo o apoio da equipe multidisciplinar e o carinho que recebem na Instituição, elas se desenvolvem, superam traumas e se sentem amadas. Nessa missão também é valioso o trabalho de voluntários, que se dedicam às visitas ao Lar Frei Leopoldo e, principalmente, ao apadrinhamento de crianças. A economista Nicole Fernandes e seu noivo, o engenheiro Higor Moreira, decidiram apadrinhar as pequenas irmãs. Nicole Fernandes diz que frequenta o Lar Frei Leopoldo desde a infância, acompanhando a sua avó. Depois, passou a ensinar informática para as meninas da Instituição, já na companhia de seu noivo. “Poucos dias antes do Natal de 2014, durante uma das aulas, Luíza se dirigiu a mim e disse: ‘Tia, eu e minha irmã não temos padrinhos para passar o Natal!’ Isso nos tocou muito e decidimos apadrinhá-las”, relatou a economista.
Os sentimentos de acolhida e amor tomaram conta do casal de tal maneira que quando se deram conta já estavam partilhando todas as datas comemorativas com as afilhadas. Para Higor Moreira, os dias com as crianças deram ainda mais alegria para o casal. “Passou o Natal e vieram então férias de janeiro, férias de julho, Dia das crianças… já era impossível nos imaginar sem elas”, conclui. O apadrinhamento ajuda crianças e adolescentes a superarem traumas familiares e tristes lembranças.
O Lar Frei Leopoldo tem capacidade para receber 15 meninas – crianças e adolescentes de 7 a 12 anos -, encaminhadas a partir de medida protetiva provisória e excepcional pelos Conselhos Tutelares Regionais de Belo Horizonte e Vara da Infância e da Juventude. Quando é possível a reestruturação familiar, as crianças voltam para seus lares de origem. Se não houver essa possiblidade, as meninas, após dois anos, são encaminhadas para a adoção.
Obra do Berço
Fruto do trabalho de voluntários, a Obra do Berço confecciona enxovais destinados às gestantes de comunidades pobres da Região Metropolitana de Belo Horizonte. A iniciativa, desde 1954, reúne costureiras que se dedicam às mães e aos recém-nascidos. Para continuar a oferecer proteção à família, à maternidade e à infância, a Obra do Berço precisa sempre de ajuda dos que podem doar um pouco do próprio. Assim, quem tem experiência com corte e costura ou simplesmente deseja ajudar, de alguma forma, esse trabalho social, pode procurar a Instituição de segunda a quinta-feira, das 13h às 16h, na Rua Sergipe, 178, Funcionários.
Farmácia comunitária
Também depende do trabalho voluntário a Farmácia Comunitária mantida pela Fonsbem, um serviço que, somente no primeiro semestre de 2016, ajudou mais de 5.000 pessoas. São beneficiados pela Farmácia Comunitária enfermos de comunidades pobres que não têm recursos para comprar medicamentos. Os remédios, todos dentro do prazo de validade, são reunidos e catalogados por voluntários. Eles são disponibilizados mediante apresentação de receita médica. Todo o estoque da Farmácia é fruto de doação, inclusive de amostras gratuitas que são encaminhadas por profissionais da área da saúde e por instituições parceiras. Quem tiver medicamentos para doação pode levá-los ao endereço da Farmácia: Rua Sergipe, 178, Funcionários.
Fundação Obras Sociais Nossa Senhora da Boa Viagem em números
FARMÁCIA COMUNITÁRIA
Número de medicamentos distribuídos
326.719
Número de pessoas atendidas pela Farmácia
9.300
OBRA DO BERÇO
Número de pessoas que receberam enxovais
349
Número de enxovais confeccionados
310