Por três meses, a administradora e analista de tributos venezuelana María Adreína Rondón morou na Casa do Migrante Boa Viagem. A instituição é mantida pela Igreja Católica com o apoio da Agência da ONU para Refugiados (ACNUR). Natural de Maturín, capital do Estado venezuelano de Monagas, María Andréina precisou deixar seu país por causa da crise institucional, com reflexos políticos, sociais e econômicos que prejudica aquela nação sul-americana. Permaneceram na Venezuela o seu esposo, uma filha de seis anos e um filho de 20 anos. Em 19 de agosto de 2019, ela chegou ao Brasil e, em seguida, conseguiu a transferência para Belo Horizonte.
Durante a sua permanência na Casa do Migrante, María Andreína, que é graduada em Administração e também é Analista de Tributos, fez cursos de Português Básico, Técnicas de Atendimento a Clientes e Técnicas de Recepção em Meios de Hospegem. “Essa capacitação foi muito importante para mim porque possibilitou a empregabilidade”, explica María Adreína.
A formação a ajudou a conseguir um trabalho em uma rede de supermercados. “A Casa do Migrante é muito importante para as pessoas que têm a bênção de morar lá. Foi a base de um recomeço para mim. Hoje tenho uma melhor qualidade de vida e posso ainda ajudar a minha família”, ressalta a administradora.
Dividindo uma moradia com outra venezuelana no bairro Santa Cruz, em Belo Horizonte, ela pretende em breve trazer o esposo e a filha para o Brasil e abrir um salão de beleza. Outra possibilidade é abrir um pequeno restaurante especializado em comida venezuelana, já que o esposo é cozinheiro.
A proposta da Casa do Migrante da Boa Viagem é ser lar temporário para os venezuelanos recém-chagados ao Brasil, até que consigam se reintegrar à sociedade brasileira. Além de moradia, a Casa, com a ajuda de parceiros, possibilita aos migrantes o aprendizado do Português, além de cursos de qualificação para o mercado de trabalho.