Agentes da Pastoral da Pessoa Idosa são presença fraterna na vida de quem necessita de mais atenção e carinho

As paredes da casa da senhora Maria Martins do Carmo, 89 anos, sempre estão “cheirando à tinta fresca”. Com a disposição de uma pessoa jovem, ela mesma é quem gosta de pintá-las depois de escolher a cor mais adequada para cada ambiente Detalhista, ela se preocupa em tapar pequenos furos e buracos. Escolhe cuidadosamente os pincéis e rolos para que tudo fique do jeito que imaginou. “Para mim, é um hobby e terapia. Eu me distraio bastante. Isso serve como passatempo”, diz dona Maria, que é amparada pela Pastoral da Pessoa Idosa. Além de deixar a casa com a pintura nova, ela também gosta de cuidar de rosas, flores e samambaias. Integrante de grupos de oração, ela reza o Terço diariamente em intenção de familiares, amigos e vizinhos. Também diariamente, assiste a Missa pela TV.

Dona Maria Martins é mãe de oito filhos, tem 30 netos e 18 bisnetos, mas mora sozinha. Apenas uma filha a visita semanalmente e um dos filhos a vê frequentemente. “Sempre fui muito independente, por isso escolhi continuar na minha casa depois que os filhos constituíram famílias. Tenho o mesmo amor por todos eles. Sei que a vida é corrida para todo mundo e não me sinto sozinha porque a gente está sempre conversando por telefone”, explica Dona Maria, que tem outras duas irmãs. Ela diz que diariamente é procurada por vizinhos e amigos e gosta de um “dedo de prosa” com os visitantes, a quem recebe com um largo sorriso.

Mas foi por meio de uma visita da líder da Pastoral da Pessoa Idosa, Alcione Evangelista de Souza, que dona Maria escapou de uma possível tragédia. Em um sábado, Alcione, ao chegar à casa de Dona Maria, sentiu forte cheiro de gás de cozinha. Dona Maria havia se esquecido de fechar a válvula de gás. Nessa época, ela ainda fazia o seu próprio almoço. Depois desse episódio, Alcione entrou em contato com a família de Dona Maria, que  passou a receber marmitas diárias.  “Para pessoas que vivem sozinhas, os líderes da Pastoral acabam sendo uma segunda família”, explica Alcione.

Com sorriso fácil, Dona Maria é uma pessoa cativante, na avaliação da líder da Pastoral. A experiência acumulada a faz transmitir lições de vida a quem a procura. Em tempos de pandemia, a senhora de 89 anos tem usado álcool em gel, máscaras e guarda uma distância de segurança de quem diariamente bate a seu portão.

De acordo com Alcione Souza, as visitas domiciliares foram suspensas, em razão da necessidade de se respeitar o distanciamento social neste tempo de pandemia. O cuidado com os que recebem acompanhamento da Pastoral devem ser ainda maior, pois os idosos são  um dos grupos de risco ao contágio da Covid-19. Como as visitas foram suspensas, o trabalho prossegue por meio de grupos de WhatsApp. Na interação, os líderes estimam os idosas à pratica de atividades físicas, a cultivar bons hábitos de alimentação e hidratação. Além disso, verificam se as vacinas estão em dia, principalmente as contra gripe e pneumonia e os orientam com procedimentos que impedem as quedas, que são comuns nesta faixa etária. Ainda é feita uma oração, e os idosos são estimulados a uma conversa descontraída.

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