A tecnologia encurta distâncias e permite vencer a solidão com a solidariedade

 

Algumas Instituições de Longa Permanência de Idosos (ILPIs) não recebem voluntários para visitas durante a pandemia da covid-19, medida coerente com a necessidade do distanciamento social para evitar o contágio, especialmente das pessoas que integram o chamado grupo de risco. O projeto “Ligação Solidária”, da Arquidiocese de Belo Horizonte, foi idealizado pensando nas pessoas amparadas nessas instituições.  Muitas vezes, essas pessoas não têm vínculos familiares e sofrem com a solidão. A proposta é levar alegria e conforto para pessoas que estão em isolamento social devido à pandemia, por meio de ligações via aplicativos de celular.

O projeto é dividido em duas fases. Primeiramente, um grupo de voluntários, formado em sua maioria por assistentes sociais, estabelece contato com pessoas que enfrentam a solidão. A conversa inicial pode durar de 15 a 60 minutos. “A gente leva uma mensagem de otimismo e ressalta a importância da união de todos para enfrentar e superar esse momento de pandemia”, explica Marisa Rio Resende que, ao lado do marido, Orlando José Resende, criou a iniciativa. A ideia inicial, conforme explica o casal de voluntários, era contemplar somente pessoas que vivem nas instituições de acolhimento, mas a iniciativa foi ampliada.

Na conversa, quando o voluntário percebe que o interlocutor, além da solidão, sofre com  enfermidades relacionadas às emoções, solicita a ajuda de especialistas das áreas de psicologia e psiquiatria. Começa, assim, a segunda fase do projeto, com a participação de psicólogos e psiquiatras. Até o mês de outubro de 2020, foram realizadas 579 ligações. O grupo com especialistas do campo da Psicologia fez 163 atendimentos. A equipe é assessorada por professores do curso de Psicologia da PUC Minas.  “O importante é promover momentos de alegria, fé e esperança”, reforça Marisa Resende.

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