Nesta quarta-feira, 30 de outubro, milhares de fiéis acompanharam a Audiência Geral realizada na Praça São Pedro. Na catequese de hoje, o Papa Francisco convidou todos a refletirem sobre a presença e a ação do Espírito Santo na vida da Igreja, destacando a importância do sacramento da Crisma.
Ao iniciar sua catequese, o Santo Padre sublinhou que “o Espírito Santo atua de maneira particular através da Crisma, ou Confirmação, sacramento que o Pontífice definiu como o ‘Pentecostes’ pessoal para cada cristão”. “Se pelo Batismo nascemos, pela Crisma crescemos. A Crisma representa o fortalecimento da fé e o compromisso de viver e testemunhar a mensagem cristã na maturidade espiritual”.
Penhor da nossa fé
Ao dar continuidade a sua meditação, Papa Francisco enfatizou que, “desde o Novo Testamento, os apóstolos reconheceram a importância da imposição das mãos para a comunicação do Espírito Santo”. E para exemplificar, o Pontífice citou o relato dos Atos dos Apóstolos e “lembrou o momento em que Pedro e João, ao ouvirem que os samaritanos haviam recebido a Palavra de Deus, oraram e impuseram as mãos sobre eles para que recebessem o Espírito Santo”: “Estes, assim que chegaram, fizeram oração pelos novos fiéis, a fim de receberem o Espírito Santo” (At 8,14-17).
O Papa Francisco ainda recordou as palavras de São Paulo aos Coríntios, que descrevem o Espírito como “penhor” da nossa fé. “O Espírito Santo é o selo com o qual Cristo nos confirma como filhos de Deus e testemunhas de sua verdade. Ele nos marca com o seu selo e nos consagra para viver em Cristo e com Cristo”, afirmou, citando a passagem: “Quem nos confirma em Cristo, e nos consagrou, é Deus. Ele nos marcou com o seu selo e deu aos nossos corações o penhor do Espírito” (2Cor 1,21-22).
A Crisma é um sacramento de crescimento
O Santo Padre ressaltou também que “a Crisma é um sacramento de crescimento e maturidade, essencial para fortalecer a vida cristã e a identidade espiritual dos fiéis”. O Pontífice explicou: “Assim como o Batismo é o sacramento do nascimento, a Crisma é o sacramento do crescimento. É ele que nos confere a força para testemunhar a fé e assumir uma vida cristã madura”.
Segundo o Papa Francisco, “a Crisma é um chamado ao compromisso com a missão profética, real e sacerdotal, e exortou os fiéis a não encararem o sacramento como uma ‘extrema unção’ ou um marco de despedida, mas como o início de uma participação ativa e comprometida na Igreja”. Para o Santo Padre é preciso fazer com que os jovens continuem participando ativamente da vida da Igreja, mesmo após a Crisma, para isso é necessário investir na preparação dos fiéis leigos:
“Dizem que é o sacramento da despedida, pois, uma vez que os jovens o recebem, eles vão embora e só voltarão para o casamento. É o que as pessoas dizem… Mas precisamos fazer com que seja o sacrifício de uma participação, uma participação ativa na vida da Igreja. Para este efeito, sublinha o Pontífice, “pode ser útil obter ajuda na preparação para o Sacramento de fiéis leigos que tiveram um encontro pessoal com Cristo e uma verdadeira experiência do Espírito. Algumas pessoas dizem que o experimentaram como um florescimento do Sacramento da Crisma que receberam quando eram crianças.”
Portadores da chama do Espírito
Ao fim de sua catequese, o Papa Francisco fez um apelo “para que todos os batizados reavivem a chama do Espírito Santo em suas vidas”. Logo depois fez um convite aos fiéis, com uma meta para o Ano Santo:
“São Paulo exortava Timóteo a ‘reavivar a chama do dom de Deus’ (2Tm 1,6) e o verbo utilizado sugere a imagem de alguém que sopra o fogo para reacender a sua chama. Eis um belo objetivo para o ano jubilar! Retirar as cinzas do hábito e do descomprometimento, tornarmo-nos, como os portadores da tocha nas Olimpíadas, portadores da chama do Espírito. Que o Espírito nos ajude a dar alguns passos neste sentido!”