Na catequese desta quarta-feira (22), o Papa Francisco falou sobre “O nascimento de Jesus”, durante Audiência Geral. Faltando poucos dias para o Natal, o Santo Padre recordou este “acontecimento do qual a história não pode prescindir”.
“José e Maria desceram de Nazaré para Belém. Assim que chegaram, procuraram imediatamente uma hospedaria, porque o parto era iminente; mas infelizmente não a encontraram, e assim Maria foi obrigada a dar à luz numa manjedoura”, disse o Papa Francisco. “Um anjo anunciou o nascimento de Jesus a simples pastores e foi uma estrela que mostrou aos Magos o caminho para Belém. O anjo é um mensageiro de Deus. A estrela nos recorda que Deus criou a luz e que aquele Menino será ‘a luz do mundo’. Eles foram os primeiros a ver o Filho de Deus feito homem, e este encontro muda-os profundamente”, frisou ainda o Papa.
O Pontífice recordou que “os Magos estão também em volta do Menino Jesus. Eles “representam os povos pagãos, em particular todos aqueles que ao longo dos séculos procuraram Deus e se propuseram a encontrá-lo. Representam também os ricos e os poderosos, mas apenas aqueles que não são escravos da posse, que não estão “possuídos” pelas coisas que pensam possuir”.
A humildade nos abre à experiência da verdade
A seguir, o Papa sublinhou que “a mensagem dos Evangelhos é clara: o nascimento de Jesus é um acontecimento universal que diz respeito a todos os homens”.
Amados irmãos e amadas irmãs, só a humildade é o caminho que nos conduz a Deus e, ao mesmo tempo, porque nos conduz a Ele, leva-nos também ao essencial da vida, ao seu verdadeiro significado, à razão mais fiável pela qual vale a pena viver a vida. Só a humildade nos abre à experiência da verdade, da alegria genuína, do conhecimento que conta. Sem humildade, estamos “desligados” da compreensão de Deus e de nós mesmos. Os Magos podiam ter sido grandes de acordo com a lógica do mundo, mas tornam-se pequenos, humildes, e por esta mesma razão conseguem encontrar Jesus e reconhecê-lo. Aceitam a humildade de procurar, de partir, de perguntar, de arriscar, de cometer erros.
Pedir a Deus a graça da humildade
Papa Francisco convidou todos os homens e mulheres a irem à gruta de Belém para adorar o Filho de Deus feito homem. “Cada um de nós se aproxime do presépio montado em sua casa, na Igreja ou onde quer que esteja, e faça uma adoração interior: “Eu acredito que você é Deus, que este menino é Deus. Por favor, me dê a graça da humildade para poder compreender”.
Segundo o Pontífice, quando nos aproximarmos do presépio para rezar devemos colocar os pobres e pedir a graça da humildade: “Senhor, que eu não me orgulhe, que eu não seja autossuficiente, que eu não acredite que eu sou o centro do universo. Faça-me humilde. Dê-me a graça da humildade. Sem humildade nunca encontraremos Deus: encontraremos a nós mesmos. Porque a pessoa que não tem humildade não tem horizontes diante de si, tem apenas um espelho: olha para si mesma. ”
Quebrar o espelho da vaidade, da soberbia
Depois, o Papa recordou “todos aqueles que não têm uma inquietação religiosa, que não colocam seus problemas em Deus, ou até lutam contra a religião, todos aqueles que são inadequadamente denominados ateus” e repetiu-lhes a mensagem do Concílio Vaticano II: “A Igreja defende que o reconhecimento de Deus de modo algum se opõe à dignidade do homem, uma vez que esta dignidade se funda e se realiza no próprio Deus […] a Igreja sabe perfeitamente que a sua mensagem está de acordo com os desejos mais profundos do coração humano”.
Por fim, o Papa Francisco desejou a todos “um Feliz Natal, um Feliz e Santo Natal”, e exortou a tomar consciência de que Deus vem para cada um de nós.
A consciência de que para buscar Deus, para encontrar Deus, para aceitar Deus, é preciso humildade: olhar com humildade a graça de quebrar o espelho da vaidade, da soberbia, de olhar para nós mesmos. Olhar para Jesus, olhar para o horizonte, olhar para Deus que vem até nós e toca o coração com aquela inquietação que nos leva à esperança. Feliz e Santo Natal!