Na Audiência Geral desta quarta-feira, 21 de setembro, a viagem apostólica ao Cazaquistão foi o tema da catequese do Papa Francisco. O Pontífice enfatizou que o país é um exemplo de civilização e coragem e destacou “as escolhas positivas feitas pelas autoridades, como a recusa das armas nucleares”. O Santo Padre esteve presente no Cazaquistão, de 13 a 15 deste mês, por ocasião do VII Congresso dos Líderes das Religiões Mundiais e Tradicionais.
Escuta e respeito
Segundo o Papa Francisco, “a principal razão da viagem foi a participação no Congresso dos Líderes das religiões mundiais e tradicionais. Esta iniciativa realiza-se há vinte anos pelas autoridades do país, que se apresenta ao mundo como lugar de encontro e de diálogo, neste caso a nível religioso e, portanto, como protagonista na promoção da paz e da fraternidade humana”, frisou o Pontífice, ressaltando a importância de “colocar as religiões no centro do compromisso para a construção de um mundo onde nos escutamos e nos respeitamos na diversidade. Isso não é relativismo. É escutar e respeitar”.
O Papa recordou ainda que “o Congresso debateu e aprovou a Declaração final, que se põe em continuidade com a que foi assinada em Abu Dhabi, em fevereiro de 2019, sobre a fraternidade humana.
“Apraz-me interpretar este passo adiante como fruto de um percurso que vem de longe: naturalmente, penso no histórico Encontro inter-religioso a favor da paz, convocado por São João Paulo II em Assis, em 1986; muito criticado por pessoas que não tinham visão de futuro; penso no olhar clarividente de São João XXIII e de São Paulo VI; e também no das grandes almas de outras religiões – menciono apenas Mahatma Gandhi. Mas como deixar de recordar tantos mártires, homens e mulheres de todas as idades, línguas e nações, que pagaram com a vida a fidelidade ao Deus da paz e da fraternidade? Sabemos que os momentos solenes são importantes, mas depois é o compromisso diário, é o testemunho concreto que constrói um mundo melhor para todos”.
A Cruz de Cristo permanece a âncora da salvação: sinal da esperança
O Pontífice recordou que os católicos estão em menor número no Cazaquistão, “mas esta condição, se for vivida com fé, pode trazer frutos evangélicos: primeiramente, a bem-aventurança da pequenez, de ser fermento, sal e luz, confiando unicamente no Senhor e não em alguma forma de importância humana”. Ainda segundo o Papa, “a escassez numérica convida à desenvolver relações com cristãos de outras denominações, e também a fraternidade com todos”. “Portanto, pequeno rebanho, sim, mas aberto, não fechado, não defensivo, aberto e confiante na ação do Espírito Santo, que sopra livremente onde e como quer. Recordamos os mártires daquele Povo santo de Deus, porque sofreu décadas de opressão ateísta, homens e mulheres que sofreram tanto pela fé durante o longo período de perseguição. Foram assassinados, torturados, encarcerados por causa da fé “, disse ele.
Papa Francisco recordou ainda a celebração Eucarística celebrada, em Nur-Sultan, na Praça da Expo de 2017, na Festa da Exaltação da Santa Cruz.
“Isto nos faz refletir: num mundo em que o progresso e o retrocesso se entrelaçam, a Cruz de Cristo permanece a âncora da salvação: sinal da esperança que não desilude porque está fundada no amor de Deus, misericordioso e fiel. A Ele dirige-se a nossa ação de graças por esta viagem, e a nossa oração a fim de que seja rica de frutos para o futuro do Cazaquistão e para a vida da Igreja peregrina naquela terra”, finalizou.
*Informações: Vatican News