Nesta quarta-feira, 15 de maio, o Papa Francisco dedicou sua catequese à virtude teologal da caridade. Milhares de fiéis e peregrinos reuniram-se na Praça São Pedro para escutar as reflexões do Santo Padre, durante a Audiência Geral. Na oportunidade, o Pontífice recordou que essa virtude “é o culminar de todo o caminho que empreendemos com a catequese das virtudes”.
“Pensar na caridade expande imediatamente o coração, afirmou o Papa Francisco, recordando que “a mente corre para as palavras inspiradas de São Paulo na Primeira Carta aos Coríntios. Concluindo aquele estupendo hino, o Apóstolo cita a tríade das virtudes teologais e exclama”: “Por ora subsistem a fé, a esperança e a caridade – as três. Porém, a maior delas é a caridade” (1Cor 13,13).
A caridade constrói
O Santo Padre recorda “que o apóstolo Paulo dirige estas palavras a uma comunidade que estava longe de ser perfeita no amor fraterno: os cristãos de Corinto eram bastante briguentos, havia divisões internas, há aqueles que afirmam ter sempre razão e não ouvem os outros, considerando-os inferiores. Paulo lembra a essas pessoas que a ciência incha, enquanto a caridade constrói”.
“Provavelmente todos estavam convencidos de que eram boas pessoas e, se questionados sobre o amor, teriam respondido que o amor era certamente um valor importante para eles, assim como a amizade e a família. Ainda hoje, o amor está na boca de muitos “influenciadores” e nos refrões de muitas músicas, mas de fato, o que é o verdadeiro amor?”, provoca o Pontífice.
A caridade é a maior forma de amor
De acordo com o Papa Francisco, como em Corinto, também entre nós hoje, há confusão sobre o amor e por vezes não vemos nenhum vestígio da virtude teologal, aquela que vem até nós somente de Deus: “Com palavras todos garantem que são boas pessoas, que amam a família e os amigos, mas na realidade sabem muito pouco do amor de Deus”.
“A caridade é o amor que desce, não aquele que sobe; é o amor que doa, não o que toma; é o amor que se esconde, e não o que busca aparecer. A caridade é, enfim, a maior forma de amor, que tem sua origem em Deus e a Ele se dirige, que nos torna capazes de amá-Lo, de sermos seus amigos, e que nos permite amar o próximo como Deus o ama.”
Amar de modo concreto
Ao fim de sua catequese, o Santo Padre sublinhou que “este amor, ou seja, a caridade por causa de Cristo, leva-nos para onde humanamente não iríamos: ao amor pelo pobre, por aquilo que não é amável, por quem não nos quer bem e até mesmo pelo inimigo. Isso é “teologal, ou seja, vem de Deus, é obra do Espírito Santo em nós”.
Papa Francisco concluiu sua reflexão recordando que “a caridade é um amor tão ousado que parece quase impossível, e mesmo assim é a única coisa que restará de nós. É a ‘porta estreita’ pela qual passar para entrar no Reino de Deus. Ao entardecer de nossa vida não seremos julgados sobre o amor de forma genérica, mas sobre a caridade que praticamos, ou seja, o amor que realizamos de modo concreto”.