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Uma obra em nossas mãos

Dom Walmor Oliveira de Azevedo

O dia 30 de agosto de 2012 é data memorável. Foi assinado o protocolo de intenções, celebrado entre a Mitra Arquidiocesana de Belo Horizonte, Mendes Júnior  e Andrade Gutierrez,  para a construção da Catedral Cristo Rei. É imprescindível reavivar as razões, o sentido e o alcance desse projeto com lugar para todos. 

 

A Catedral Cristo Rei é uma obra que inclui etapas e empenhos de ordem material, mas também indispensáveis construções nos campos da espiritualidade e da cultura. O entrelaçamento de mãos, mentes e corações desenha esse projeto da Igreja Católica na Arquidiocese de Belo Horizonte, a capital dos mineiros, como edificação de um instrumento imprescindível para continuar alimentando a cultura mineira, com suas especialidades. Minas tem sua história tricentenária marcada pelos valores do Evangelho de Jesus Cristo, vividos e cultivados pela rede de comunidades de fé, em dioceses e paróquias. 

 

A Catedral Cristo Rei edificada se consolidará como monumento à transcendência indispensável para a formação e sustento dessa cultura, da envergadura moral e humanística de um povo tão importante no cenário brasileiro. É um monumento à fé cristã e um importante instrumento, para a sociedade e para a Igreja, por tudo o que ali vai funcionar nos âmbitos da espiritualidade, cultura, arte, educação, serviços e cuidado social.

 

A assinatura do protocolo de intenções é passo decisivo, delineando o projeto da construção da Catedral Cristo Rei, com seus desafios, expectativas e esperanças, como uma obra em nossas mãos. Essa singularidade, de se poder dizer que a construção da Catedral Cristo Rei é “uma obra em nossas mãos”, há de ressoar na mente e no coração de todos como oportunidade para um exercício de parcerias. União que gera resultados no âmbito da solidariedade, do apreço e incentivo à cultura, que promove o sentido de cidadania fecundado pela fé, segundo os valores do Evangelho de Jesus Cristo. 

 

Ao mesmo tempo, essa comunhão revela o alcance de uma obra monumental. Não apenas monumental pelas linhas arrojadas da arquitetura modernista, neste caso na genialidade do arquiteto Oscar Niemeyer, que tem em Belo Horizonte o berço de sua magnífica trajetória. É monumental por seu sentido simbólico de transcendência, remetendo-nos à convicção central de que a condução da vida, os rumos da sociedade, a dinâmica da cultura e as necessidades de cada pessoa e de cada família não podem prescindir da espiritualidade, da meditação, do encontro com Deus. A transcendência é necessária para mudar mentes e corações, arquitetando lideranças e cidadãos no exercício de responsabilidades, especialmente no cenário social e político. A Catedral Cristo Rei é, pois, uma obra de Minas Gerais, de sua Capital, de todos os mineiros. 

 

Esse entendimento faz ecoar, com leveza e apreço, o convite para que cada pessoa, família, instituição, empresa - pequena ou grande - associações e todos os segmentos da sociedade possam dizer: “Faço parte”. A escolha das Construtoras Mendes Júnior e Andrade Gutierrez foi pautada na competência técnica dessas instituições em capitanear os processos, que incluirão todas as outras empresas e construtoras de diferentes portes, facilitando conexões de pessoas e grupos. Um exercício que receberá da espiritualidade e do sentido da obra a força e o tom, constituindo uma exemplaridade de entendimentos, transparência, cooperação, parcerias e testemunho de que o bem maior preside tudo. Nessa escolha está também o critério importante de serem duas construtoras mineiras, com força para liderar processos complexos como essa obra, no horizonte do seu significado. 

 

O resultado será a constituição de um grande tesouro na cultura de Minas Gerais, um exercício de cidadania e um autêntico testemunho de fé. A Catedral Cristo Rei será exemplar, particularmente, por se tornar o lugar da congregação de todos, de muitos serviços prestados, de referências indispensáveis na vida do povo, na missão da Igreja e na construção da sociedade solidária. Agora é importante a sua colaboração, no espírito solidário e generoso das duas latas de tinta ofertadas por uma senhora, com ofertas maiores e menores, possibilitando a todos nós dizer “eu faço parte”. Contando com a intercessão de Nossa Senhora da Piedade, Padroeira de Minas Gerais, e do patrono da Obra, São José - Operário e Pai, vamos construir a Catedral Cristo Rei, passo a passo, administrando exigências, respeitando processos, vencendo complexidades, movidos pela convicção do bem e do amor de Deus. Essa é uma obra em nossas mãos. 

 

Dom Walmor Oliveira de Azevedo
Arcebispo metropolitano de Belo Horizonte

 
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