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Dom Walmor Oliveira de Azevedo

A construção da Catedral Cristo Rei está avançando. É um projeto sob a responsabilidade primeira da Arquidiocese de Belo Horizonte. Na verdade, por razões históricas e políticas, culturais e religiosas, é um projeto de, e para, Minas Gerais. Ultrapassa a fronteira de um território determinado, da capital mineira e sua região metropolitana, para abraçar a valorosa e rica cultura mineira que abriga um tesouro com os inestimáveis valores das Gerais e das Minas. 

 

Belo Horizonte e Minas Gerais merecem a edificação desse monumento à fé cristã, base de um indispensável acervo de valores - responsável por nossas raízes culturais sólidas e próprias, sustentando o tecido chamado mineiridade. Nesse tecido áureo, brilha com fulgor próprio a pérola da fé cristã católica, presente e dando forma a nossos trezentos anos de história. 

 

O cuidado com esse tesouro nos livra de riscos de danos irreparáveis. Fala-se muito das perdas na natureza que, por falta de sensibilidade ou de políticas adequadas de caráter ambiental, trazem prejuízos ao futuro das gerações vindouras. Também podemos considerar um risco imensurável descuidar-se do patrimônio cultural e dos valores da fé e da religiosidade, reconhecidos seus significados e sua força insubstituível na orientação da conduta humana.

 

Respeitando, por princípio ecumênico, a importância de outras práticas confessionais, de comprovada seriedade e comprometida participação na construção de uma sociedade justa e solidária, a Igreja Católica, em Minas Gerais, com suas dioceses, paróquias, comunidades e instituições educacionais, culturais, de saúde, e tantas outras, prossegue perseverante, nos quatro cantos desse imenso Estado, de muitas minas e gerais, escrevendo e sustentando essa história, congregando comunidades. 

 

Cada igreja, pequena ou grande, erguida na imensidão desse território, é a Igreja Católica que irradia fé e amor para fecundar a fraternidade, a justiça e a solidariedade. A construção da Catedral Cristo Rei é a possibilidade de um monumento à genuinidade dessa fé, professada e transformada em cultura. Uma cultura com propriedades de força indispensável para avanços adequados, antevendo os rumos certos para o futuro muito próximo. 

 

O processo que levará à construção da Catedral Cristo Rei, monumento à fé cristã católica dos mineiros, convoca todos para conhecer mais, opinar, participar, colaborar e concretizar esse grande sonho. As características do monumento, belo com linhas que remetem à transcendência, com vocação e missão para trabalhos nos campos da espiritualidade, da arte, da educação, da cultura e do cuidado social, vão possibilitar que seja instrumento  importante, enriquecendo a cultura que nos sustenta. 

 

Não só oferecerá força e impulso na projeção merecida dessa história tricentenária de Minas, mas será também referência na tarefa socioeducativa da fé, fecundando a cidadania com os valores do Evangelho. Esta clareza é o horizonte da grande equipe de coordenação desse empreendimento, congregando homens e mulheres, de diferentes áreas e competências, em curadorias, como as de Espiritualidade, Comunicação e Marketing, Captação e Gestão de Recursos, Acompanhamento e Execução dos Projetos Estruturais, Arquitetônicos e Complementares. 

 

Em curso está um trabalho diário de muitas frentes, que envolve a permanente abordagem dos contribuintes. A Campanha Faço Parte, que reúne todos aqueles que desejam apresentar sua oferta, está crescendo em capilaridade, chegando nas paróquias e comunidades, convidando os católicos à participação.  A Campanha partilha, assim, dessa compreensão do projeto como fortalecimento da ação missionária da Igreja. 

 

Da menor participação, feita com amor e convicção,  dos cidadãos de boa vontade, vamos nos aproximando, pouco a pouco, das condições necessárias para começarmos a construção. Até agosto ou setembro, se prevê o início da obra. 

 

A ciência própria da metodologia de construção já está em estudo, por suas exigências próprias e complexidades. Não menos exigente é o trabalho, em curso, dos licenciamentos ambientais e permissões legais. Temos um bom caminho a percorrer, e obstáculos a superar. Cada dia um novo passo na captação de recursos, nos licenciamentos e estudos de metodologias para a construção. Ainda mais importante, a cada dia, fazemos novo investimento na participação de todos. 

 

Esta é uma obra dos mineiros. A oração, a oferta de todos e o acompanhamento de cada um são indispensáveis. Por gestos concretos de oferta e comunhão, em favor dessa obra, diga de coração: Faço Parte! E este sonho se tornará realidade.

 

Dom Walmor Oliveira de Azevedo
Arcebispo metropolitano de Belo Horizonte

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