Artigo de dom walmor

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Dom Walmor Oliveira de Azevedo

Memorável data, o dia 12 de dezembro deve ser celebrado intensamente. É tempo de festejar o aniversário de Belo Horizonte e de um grande patrimônio do ensino: a PUC Minas. A nova capital dos mineiros foi inaugurada em 1897. Já em 1958, foi instituída a Universidade Católica de Minas Gerais. A cidade  e a universidade compartilham  um mesmo selo:  os valores da fé cristã católica. 

 

A nova capital, cidade planejada, vocacionada ao contemporâneo, foi inaugurada três meses depois da reconstrução da Capela do Rosário, demolida e reconstruída na confluência das ruas Tamoios e São Paulo, de frente para a Avenida Amazonas. Um fato que guarda a relevância da associação da nova capital à lógica da valorização das raízes na religiosidade. Na verdade, uma tradição das Minas Gerais nos seus trezentos anos de história.  Uma religiosidade que não se esgota em ritos, promessas ou palavreados. É fonte inesgotável de referência para alimentar, sustentar e produzir parâmetros críticos de avaliação e de produção das novas respostas. 

 

Entre essas respostas, aquelas que são devidas aos mais pobres e aos cidadãos comuns, contracenando com a audácia de ser um lugar contemporâneo, no solo esplêndido e na história altaneira deste Estado diamante. Uma capital à sua altura, desafiada a não se acomodar, que congrega uma civilização referência, marcada pelo amor e pela justiça. Uma “capital-coração” de uma importante região metropolitana, com o desafio de ser política, cultural e socialmente o epicentro da articulação da mineiridade, com suas ricas tradições. Minas são muitas e nesta cidade elas se amalgamam como unidade, sem perder as particularidades e riquezas de cada uma.  

 

Ao completar 115 anos, Belo Horizonte reúne os traços de uma sabedoria centenária e a jovialidade de debutante. Uma metáfora que deve remeter ao mais profundo sentido das raízes, em tesouros de grande tradição, assim como ao tempo sempre novo que é chamada a viver, com respostas cidadãs e inteligentes, na sua infraestrutura, nas relações e diálogos na praça dos diferentes, povoada por sua gente. Um aniversário de maturidade que a cidade guarda no seu coração em projetos grandes, providências urgentes, respostas novas para fazer desta capital um lugar de referência para se viver, conviver e trabalhar. Um lugar para exercícios inteligentes e audaciosos de administração, cidadania e diálogos, sua moldura é feita pela beleza singular das montanhas, brindando seu burburinho com o silêncio e a aragem que só as serras têm. Uma capital rodeada pela Serra do Curral, a Serra do Cipó, a Serra da Piedade, com vocação turística e potencial cultural inesgotável. Esta cidade merece, por parte de seus moradores e dos mineiros todos, ser pensada, amada e construída por cidadania lúcida, capaz de ver o dom de Deus que está neste Belo Horizonte. 

 

É no coração desta cidade-dom que nasceu a PUC Minas, também iluminada pelo selo de religiosidade. Uma instituição internacionalmente reconhecida, com uma importante história de serviço à educação, à ciência, ao ensino, à arte e à cultura. Os protagonistas dessa história, desde os mais tenros anos, foram e são gigantes merecedores de reverência, pela condução, crescimento e consolidação de uma grande Universidade. O berço desta criação não é um simples projeto de escola, pautado pela lógica mercantilista. A base que sustenta e inspira o crescimento da PUC Minas é o compromisso cristão, manifesto nos documentos da Igreja Católica. Esses documentos definem a Universidade Católica como “uma comunidade acadêmica que, inspirada na mensagem e pessoa de Jesus Cristo e fiel à Igreja, se dedica, de modo refletido, sistemático e crítico, ao ensino, à pesquisa e extensão, nos variados ramos do conhecimento, e se consagra à evangelização e formação integral dos seus membros – alunos, professores e funcionários – bem como ao serviço qualificado do povo, contribuindo para o aumento da cultura, a afirmação ética da solidariedade, a promoção da dignidade transcendente da pessoa , e ajudando a Igreja em seu anúncio salvífico e serviço ao Reino de Deus”. 

 

Nesta cidade-capital, e em outros municípios das Gerais, com a missão de ajudar na configuração de um tecido social, político e cultural, continua a PUC Minas a escrever suas páginas. Sua história suscita reverências e admiração. Participam desse horizonte, os professores, os pesquisadores, os membros do corpo técnico, os funcionários. Todos eles, desde o começo, comprometidos com a excelência que faz da PUC Minas a maior universidade católica do mundo e a melhor universidade privada do Brasil. Desafio permanente é continuar neste caminho, trilhado de modo competente pela Diretoria  nos últimos cinco anos, na lucidez inteligente e nobreza de princípios da Reitoria, consolidando esta importante academia nos caminhos que lhe garantem nunca desviar do seu destino próprio. Que todos, de modo especial no dia 12 de dezembro, peçam a Deus para que continue iluminando Belo Horizonte e a PUC Minas, patrimônios do nosso Brasil. 

 

Dom Walmor Oliveira de Azevedo
Arcebispo metropolitano de Belo Horizonte

 

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