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Viver no mistério de Cristo

Procurando ser fiéis ao princípio da interação entre fé e vida, entre as formulações da fé e a caminhada da comunidade, entre o crescimento na fé e a atuação prática na vida, faz-se necessário levar para a nossa catequese temas que aproximam os catequizandos das realidades concretas nas quais eles se encontram.  Esta prática catequética nos leva a elaborar os conteúdos da catequese para que ela seja um processo contínuo na vida dos catequizandos.

Então,  como catequizar hoje?

Por meio do documento Catequese hoje – Exortação Apostólica Catechesi Tradendae, o beato Papa João Paulo II, usando de uma expressão do Apostolo Paulo, nos diz que o objeto essencial e primordial da catequese é o “Mistério de Cristo”. Catequizar é levar alguém a perscrutar este Mistério em todas as suas dimensões: “expor á luz, diante de todos, o Mistério”. Assim diz Paulo em sua carta aos Efésios: “tornei-me ministro do Evangelho, pelo dom da graça de Deus a mim concedida: A mim, o menor de todos os santos, me foi dada esta graça de anunciar aos gentios a insondável riqueza de Cristo e demonstrar a todos qual seja a dispensação do mistério, que desde os séculos esteve oculto em Deus, que tudo criou por meio de Jesus Cristo”. (Ef 3,9).

O que Paulo quer nos dizer com este ensinamento?

Com este ensinamento, Paulo nos diz que para vivenciar o Mistério de Cristo  é preciso  procurar compreender o significado dos gestos e das palavras de Jesus Cristo, e dos sinais por ele realizados.

Nesse sentido, o documento Catechesi Tradendae nos aponta a finalidade da catequese, ou seja, fazer com que alguém se ponha, não apenas em contato, mas em comunhão, em intimidade com Jesus Cristo: “somente ele pode levar ao amor do Pai no Espírito e fazer-nos participar na vida a Santíssima Trindade” (Cf. CT, 5).

Se quisermos fazer uma catequese que seja eficaz nas diversas realidades concretas, atentos às características culturais e sociais e à mensagem de salvação encarnada na história, no dia a dia dos catequizandos e da caminhada do povo, teremos de partir para a pluralidade de expressões da fé. Contudo, não se pode perder de vista a unidade fundamental da mesma, o uso da linguagem o mais próximo possível da realidade vivida e a dimensão comunitária e social da fé.

Assim, uma catequese em processo permanente tem na comunidade um lugar onde se trabalha temas como: serviço, vocações, religiosidades, sacramentos, família, trabalho, política, pobreza, promoção humana, agir cristão, fé, Igreja, ecumenismo, diálogo inter-religioso etc.

Catequese: mensagem e Conteúdo

É oportuno fazer a leitura do quarto capítulo do Diretório Nacional de Catequese, que mostra a importância da mensagem e do conteúdo, além de apresentar as fontes da catequese (Bíblia, liturgia e Catecismo). Todas elas, em íntima correlação e em interação na comunidade, orientam a vida de modo que seja ela comprometida com a causa do reino.

Diz o Diretório: “Na catequese, quando se fala em conteúdo, pensa-se, em geral, na doutrina e na moral. Quando se fala em mensagem ela é comunicação de algo importante. A mensagem não se limita a propor ideias; ela é mais que doutrina. A mensagem exige uma resposta, pois reúne interpelações entre pessoas, entre aquele que propõe e aquele que responde. A mensagem é vida e Jesus está no centro da proclamação da mensagem catequética que é aprofundada e vivida na comunidade dos que seguem o caminho do Evangelho. “Esta é a semente, o sinal e o instrumento do Reino, estando a serviço dele  (DNC 97-135).  

Neuza Silveira de Souza
Comissão Arquidiocesana de Catequese de Belo Horizonte



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