O Projeto Vila Fátima, da Arquidiocese de Belo Horizonte, promove o desenvolvimento humano de pessoas que vivem em Justinópolis, Ribeirão das Neves, com trabalhos que objetivam contribuir, principalmente, com a formação de jovens. O trabalho da instituição transforma vidas e, justamente por ser tão significativo, tornou-se parte da vida de Lidinéia Neres, que está no Vila Fátima há cinco anos. “Meu marido me pergunta se não vou sair do Projeto. Eu digo que, por enquanto, não. Por que vou sair de um lugar que me faz tão bem?”, diz.
O Vila Fátima promove diversas oficinas. Lidinéia, atualmente, participa dos cursos de Culinária e de Corpo em Movimento. Ela conheceu o Projeto quando estava passando por uma crise de depressão e a equipe do Vila Fátima contribuiu, e muito, para sua recuperação. “Quando estamos com depressão, não temos vontade de sair da cama. Mas com o carinho da equipe do Projeto fui resgatada e estou aqui até hoje”, sorri.
Já Graça Carneiro faz parte do Vila Fátima desde o segundo semestre de 2017 e elogia bastante a iniciativa. Para Graça, o melhor do Projeto é o espaço dado aos participantes. “Aqui, além de aprendermos muito, somos ouvidos e cuidados por todos”, conta.
O Projeto Vila Fátima, com seus cursos, oficinas e atividades, busca promover o fortalecimento de vínculos familiares e comunitários. “Estou apaixonada pelo Projeto. Fico me perguntando por que não vim antes”, conta Érika Stephanie, 17 anos, aluna da Oficina de Fotografia. “Além de ser um lugar acolhedor, é uma oportunidade para aprender muitas coisas”, conta.
Em 2017, o Projeto Vila Fátima ofereceu diversas oficinas aos jovens e aos adultos e ampliou sua atuação para além do espaço físico. “O Vila na Comunidade nasceu do desejo de irmos até a comunidade, nas escolas e outros espaços da região, ampliando a atuação do Projeto, criando e estreitando vínculos. Nesse sentido, buscamos acolher demandas pontuais e atendê-las”, explica Viviane Corsino, coordenadora do Projeto Vila Fátima. O “Vila na Comunidade” ofereceu oficinas sobre mercado de trabalho, projeto de vida, palestras sobre prevenção de doenças, oficinas de orientação vocacional, atividades ligadas ao Setembro Amarelo, na prevenção ao suicídio, e atividades do Grupo Corpo em Movimento, para promoção da vida. “A partir da escuta da comunidade, estabelecemos parcerias com os cursos da PUC Minas para atender as demandas. Estamos caminhando, cada vez mais, para sermos um centro de promoção humana”, explica a professora da PUC Minas Luciana Fagundes, também coordenadora do Projeto Vila Fátima.
As oficinas de Leitura e Interpretação de Projetos e o Canteiro de Obras, oferecidas pelos professores e alunos do Curso de Engenharia Civil da PUC Minas também foram novidades de 2017. Na oficina de leitura de projetos, os adultos aprenderam a ler e interpretar projetos arquitetônicos, estruturais e de instalações prediais (elétrica e hidráulica). No Canteiro de Obras, foram ensinados alguns tópicos da construção civil como alvenaria de tijolos cerâmicos, chapisco, emboço, reboco, assentamento de cerâmica, instalação elétrica de tomada, interruptores e lâmpada. Os participantes também tiveram um módulo de matemática básica já que os exercícios envolvem cálculos.
E como o foco do Projeto Vila Fátima é o fortalecimento de vínculos, após as oficinas técnicas, os integrantes, jovens e adultos, participam da Oficina de Formação Humana, espaço para debater temas diversos como laços sociais, protagonismo juvenil, acolhimento, valorização da comunidade, mercado de trabalho, projeto de vida, empreendedorismo, discussões sobre direitos jurídicos, saúde, entre outros. Ryan Gabriel, 15 anos, e há dois no projeto Vila Fátima, atualmente participa da Oficina de Fotografia e deixa claro que, com as atividades da Formação Humana, passou a entender que ninguém está sozinho. “Podemos contar uns com os outros e ficou mais fácil fazer amizades”, conta.
As oficinas de Formação Humana são oferecidas para todas as faixas etárias. Nelas são trabalhados temas diversos como laços sociais, protagonismo juvenil, acolhimento, valorização da comunidade, mercado de trabalho, projeto de vida, empreendedorismo, discussões sobre direitos jurídicos, saúde, entre outros.
Somente no primeiro semestre do ano passado, o Projeto Vila Fátima realizou 8.208 atendimentos.