Nesta sexta-feira, dia 11, os padres sinodais participaram da Vigília Ecumênica, na Praça dos Protomártires, no Vaticano. A data recorda a abertura do Concílio Vaticano II. Durante homília, o Papa Francisco sublinhou que a data “marcou a entrada oficial da Igreja Católica no movimento ecumênico”.
A Praça dos Protomártires Romanos é uma homenagem aos primeiros mártires da Igreja de Roma, que testemunharam com o próprio sangue a fé em Cristo. “Que estes mártires fortaleçam em nós a certeza de que nos aproximamos uns dos outros ao aproximarmo-nos de Cristo, pois quanto mais os cristãos estão próximos de Cristo, tanto mais próximos estão uns dos outros”.
Assim, enalteceu o Pontífice, “a unidade dos cristãos e a sinodalidade estão ligadas e devem ser percorridas por meio de um caminho ecumênico. Em ambos os processos não se trata tanto de construir algo, mas sim de acolher e fazer frutificar o dom que já recebemos. E como é o dom da unidade? A experiência sinodal ajuda-nos a descobrir alguns aspectos”.
A unidade é uma graça
O Papa destacou em sua homilia alguns ensinamentos sobre a unidade. O primeira se refere ao fato de que a unidade é uma graça, um dom imprevisível:
“O verdadeiro protagonista não somos nós, mas o Espírito Santo que nos guia para uma maior comunhão. Tal como não sabemos de antemão qual será o resultado do Sínodo, também não sabemos exatamente como será a unidade a que somos chamados.”
A unidade é um caminho
Outro ensinamento foi sobre o processo sinodal. “A unidade é um caminho: amadurece em movimento, durante o percurso. Cresce no serviço recíproco, no diálogo da vida, na colaboração entre todos os cristãos. Um caminho, porém, que deve ser percorrido segundo o Espírito (cf. Gal 5, 16-25)”.
A unidade é harmonia
Um terceiro ensinamento se refere a unidade como harmonia, feita da beleza da Igreja, como acontece no Sínodo, por meio da variedade dos seus rostos e no caminho do Espírito Santo:
“A unidade não é uniformidade, nem é o resultado de compromissos ou equilíbrios. A unidade cristã é harmonia na diversidade dos carismas suscitados pelo Espírito para a edificação de todos os cristãos.”
A unidade para a missão
O ultimo ensinamento se refere ao fato da unidade ser para a missão:
“O movimento ecumênico nasceu do desejo de testemunhar juntos, na companhia dos outros, não afastados uns dos outros ou, pior ainda, uns contra os outros. Neste lugar, os Protomártires recordam-nos que hoje, em muitas partes do mundo, cristãos de diferentes tradições dão juntos a vida por causa da fé em Jesus Cristo, vivendo o ecumenismo do sangue. O seu testemunho é mais forte do que qualquer palavra, porque a unidade vem da Cruz do Senhor.”
Ao final da homilia, o Papa recordou da celebração penitencial realizada antes de iniciar a segunda sessão da 16ª Assembleia Geral Ordinária do Sínodo dos Bispos em andamento no Vaticano até 27 de outubro.
Papa Francisco reforçou a necessidade de se promover “um caminho para a plena unidade, em harmonia uns com os outros e com toda a Criação:
“Hoje manifestamos também a nossa vergonha pelo escândalo da divisão dos cristãos, pelo escândalo de não testemunharmos juntos o Senhor Jesus. Este Sínodo é uma oportunidade para melhorar, para ultrapassar os muros que ainda persistem entre nós. Concentremo-nos no chão comum do nosso mesmo Batismo, que nos impele a ser discípulos missionários de Cristo, com uma missão comum. O mundo precisa de um testemunho comum, o mundo precisa que sejamos fiéis à nossa missão comum”.