O censo do IBGE de 2010 mostrou que somente em Belo Horizonte há 285 mil pessoas com idade acima de 60 anos, o que representa aproximadamente 12% da população da capital mineira. Em sua maioria, são pessoas fragilizadas, com muitos problemas de saúde e de ordem emocional. Muitas delas encontram-se em áreas de alta vulnerabilidade social, o que as tornam ainda mais carentes.
Criada em 2004, a Pastoral da Pessoa Idosa da Arquidiocese de Belo Horizonte tem como missão valorizar os idosos, dando-lhes oportunidade para melhorar a qualidade de vida, respeitando seus direitos, proporcionando-lhes dignidade, esperança e vida plena.
Na Arquidiocese de Belo Horizonte, mensalmente, 89 líderes voluntários visitam 342 idosos integrantes de 281 famílias. Eles orientam os familiares sobre a importância de cuidar da saúde, fornecem dicas para evitar acidentes domésticos e proporcionam momentos de oração e reflexão. Mensalmente, a Pastoral produz relatórios que são enviados para a Pastoral Nacional da Pessoa Idosa. As informações são usadas para a elaboração de campanhas específicas.
Maturidade ativa
Aumento da autoestima e da autoconfiança. Resgate da memória de vida. Melhoria do dinamismo físico. Trocas entre gerações. Esses são alguns dos objetivos do Programa PUC Mais Idade, desenvolvido desde 2004 com pessoas que tenham a partir de 50 anos, nas unidades Coração Eucarístico, Barreiro, São Gabriel, Arcos, Betim e Contagem.
“É preciso conhecer e integrar esse público, muitas vezes discriminado, ao cotidiano social” |
As atividades são vinculadas ao Núcleo de Meio Ambiente e Saúde (Numas), da Pró-reitoria de Extensão, com o apoio do Instituto de Ciências Biológicas e da Saúde (ICBS), da Universidade. O programa conta com a parceria do Centro de Convivência Dom Cabral, dos Conselhos Regionais de Assistência Social, do Conselho Municipal do Idoso de Belo Horizonte e da Coordenadoria de Direito da Pessoa Idosa de Belo Horizonte.
Por muito tempo, a sociedade brasileira direcionou ações e preocupações a crianças e jovens. Diante do envelhecimento crescente da população, como ressaltam vários institutos de pesquisas, faz-se necessário formar profissionais que atendam a essa nova demanda. Além disso, é preciso conhecer e integrar esse público, muitas vezes discriminado, ao cotidiano social. Assim, aulas de informática, passeios, aulas de dança, artesanato, palestras e outras atividades oferecidas pelo PUC Mais Idade contribuem para uma velhice ativa, com a diminuição do isolamento social, ampliação da autonomia em diferentes tarefas do cotidiano, o bem-estar físico, mental e espiritual e a otimização dos relacionamentos interpessoais. “Participar do Programa foi a melhor coisa que me aconteceu. Quando deixo os encontros, saio mais leve. Não marco mais compromisso nessas datas”, afirma Maria Ângela Peixoto Bicalho, de 65 anos.