Não podem pairar mais dúvidas sobre a edificação da tão esperada catedral de Belo Horizonte, conduzida pelo seu marechal, o inspirado arcebispo Dom Walmor. Só um homem determinado vence um tão grande desafio, da prancheta à realidade.
Concitando todas as classes e verbalizando a importância do novo templo para a evangelização de nossa comunidade, mais os serviços sociais que ali serão prestados, o Arcebispo está calando a ala dos que não acreditavam na construção daquele monumento. Hoje, homens e máquinas encontram-se em trabalho naquele amplo espaço, respondendo aos pessimistas que a concepção do encantado Niemeyer vai, em breve, ganhar feição e altura.
O arquiteto da obra deve ter sua dúvida de fé agora remida, tal a sensibilidade transmitida em sua criação. Como a catedral de Brasília, esmerou o artista em sua forma, cedendo ao observador, em graciosa plasticidade, a ideia de mãos postas para o céu.
Nós, mineiros, não permitiremos que nossa Casa Mãe dos cristãos em Belo Horizonte sofra ameaça de continuidade. Dom Antônio dos Santos Cabral vela por sua realização |
Os críticos do projeto ainda não refletiram sobre ele. Estamos no terceiro milênio, e Belo Horizonte avança no progresso populacional e em sua planta urbana. O chamado vetor norte, onde se encontra uma população desassistida, ganhou a belíssima Cidade Administrativa, e agora, a Catedral, futuro ponto de encontro religioso e civil daquelas paragens. O edifício, então, abençoado pelo Papa emérito Ratzinger, haveria de ser monumental, um juramento de fidelidade à grandeza de Deus e ao desejo de seus filhos daquele ponto, um tanto esquecidos do governo municipal.
Há um chamamento de todos para erguermos a nossa catedral. Sabe-se que o empreendimento, complexo e extenso, não se completará sem dificuldades. A construção de uma catedral não é uma aventura, pois sua base é a certeza de ultimá-la. Nem é projeto concebido a esmo.
Vejamos São Pedro, onde se encontra a sede da cristandade. Foram cento e cinquenta anos de esforços. Vejam o Templo Expiatório da Sagrada Família, ou simplesmente, Sagrada Família, uma casa de dimensões e alturas que impressionam, mais os rendilhados de suas torres e de seu revestimento. Iniciou-se pelo gênio e pela fé do catalão Gaudi, em 1882, foi interrompida pela guerra civil espanhola e pelos conflitos mundiais. Hoje, também uma atração turística e orgulho de Barcelona e da Espanha. Nós, mineiros, não permitiremos que nossa Casa Mãe dos cristãos em Belo Horizonte sofra ameaça de continuidade. Dom Antônio dos Santos Cabral, o sonhador de nossa catedral, vela por sua realização.
O nosso primeiro arcebispo foi empreendedor destacado, desde o início de seu ministério. Chegando a Belo Horizonte, preocupou-se em patrimonializar a diocese, que de nada dispunha. Dom Cabral está na gênese da hoje portentosa Universidade Católica (PUC Minas) e, coroando sua obra em Belo Horizonte, construiu o Palácio Cristo Rei, sede do arcebispado. Algo de predestinação existe entre a presença frutífera de Dom Antônio dos Santos Cabral, em Belo Horizonte, e a missão ora desempenhada pelo atual Arcebispo.
Oremos por um e por outro.
José Maria Couto Moreira
Advogado