Padre Eustáquio, na saída da Capela Cristo Rei |
O mês de agosto evoca a Praça da nossa Matriz repleta de fiéis, entre celebrações, cânticos e barraquinhas os devotos celebram a vida do Beato Padre Eustáquio. São muitas histórias cheias de emoção que traduzem a gratidão por tantas graças recebidas ou a aflição esperançosa de quem almeja a bondosa intercessão do “homem da Saúde e da Paz”. Andando entre as barraquinhas, indagando alguns, ouvindo a tantos outros é possível escutar alguns testemunhos como o da senhora que veio lá do bairro Sagrada Família com o pequeno José Eustáquio nos braços para cumprir a promessa pela graça de ser mãe. Já dona Abadia chegou cedinho de Ibiá para agradecer a recuperação da saúde de sua mãe. Um grupo de peregrinos veio de Poá/SP para visitar o túmulo de seu primeiro pároco e contam fervorosos que desde as bênçãos da década de 30 e início dos anos 40, a Paróquia de Nossa Senhora de Lourdes se admira com tantas graças extraordinárias. Os alunos do Colégio Padre Eustáquio partindo numa revoada de saúde e paz, levam consolo aos idosos e enfermos do bairro que os acolhem com o coração terno e um brilho nos olhos de gratidão pela presença destes pequenos missionários.
Uma revoada de Saúde e Paz… É isso que a memória do Padre Eustáquio provoca a partir do nosso bairro. Precedido pela fama de homem santo, Padre Eustáquio marcou a alma deste bairro pelo convívio, humildade, simplicidade e proximidade com os moradores, visitando-os de casa em casa com tempo para as crianças e atenção especial aos enfermos.
É inacreditável, mas foram só dezesseis meses desde sua chegada ao nosso bairro até a sua morte, em 1943, aos 52 anos de vida. Parece-nos poucos meses, mas foi tempo da graça de Deus, tempo suficiente para que o Beato Eustáquio semeasse o amor e a caridade como fiel seguidor de Jesus.
O jovem holandês enfrentou os rigores da Primeira Guerra Mundial para ingressar na Congregação dos Sagrados Corações (SSCC), em 1915. Dez anos mais tarde chegou ao Brasil como missionário e, de 1925 até 1935 foi construtor e pároco do Santuário de Nossa Senhora da Abadia de Água Suja, município de Monte Carmelo, hoje Romaria/MG. Dali partiu para a cidade operária de Poá-SP.
Sua preocupação com a vida e o bem-estar de cada pessoa que dele se aproximava inspirou a célebre expressão “Saúde e Paz”.
Como educador e pastor foi um dos fundadores dos Colégios da Congregação no Triângulo Mineiro (Romaria, Araguari e Patrocínio). O cuidado com novas gerações se expressou amorosamente em tal dedicação que o levou a escrever: “não posso dormir tranquilo pensando nas crianças carentes da paróquia”.
Bênçãos e graças extraordinárias fizeram-no itinerante até aportar na jovem capital mineira onde, surpreendido por uma doença rápida e fulminante faleceu no dia 30 de agosto de 1943. Sua presença e espiritualidade permanecem vivas no Santuário Arquidiocesano da Saúde e da Paz que ele mesmo idealizou, como também na Ação Social a que se dedicou e na fé viva em Jesus, a quem consagrou toda sua vida.
Padre Vinícius Maciel, SS.CC.
Pároco e pró-reitor do Santuário da Saúde e da Paz