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Uma Igreja sem enfermidades

Anunciemos com alegria o Evangelho de Jesus Cristo, pois anúncio  feito de forma fúnebre não leva as pessoas a descobrirem como Deus é bom e que Ele é Amor

 

Nosso Papa Francisco deu à Igreja a oportunidade de pensar sobre sua saúde espiritual e pastoral quando, em discurso à Cúria Romana, falou sobre as enfermidades as quais a Igreja pode estar exposta caso não cuide de sua saúde. Segundo o Santo Padre, “Como todo corpo, a Igreja também está exposta as enfermidade”.

 O Papa Francisco aponta 15 enfermidades que podem ser fatais, e impedirem o cumprimento da missão de evangelizar que a Igreja recebeu de Jesus Cristo através dos Apóstolos, segundo o Evangelho de Mateus 28,19-20: “Ide, pois, fazei discípulos entre as nações, e batizai-os em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Ensinai-lhes a observar tudo que vos tenho ordenado. Eis que estou convosco todos os dias, até o fim dos tempos”.

Aproveitemos esse espaço para refletirmos sobre algumas das doenças apresentadas pelo Papa para averiguarmos se, por acaso, não sofremos também nós de alguma dessas enfermidades. Caso tenhamos algum sintoma de algumas delas procuremos, espiritualmente, a cura por meio da oração e da conversão.

Elencamos, aqui, algumas das doenças apresentadas na reflexão do Papa: a doença do sentir-se imortal. Podemos dizer que essa doença às vezes ataca pessoas que dentro do âmbito religioso não estão preparadas para compartilhar, pensam que são donas dos lugares que ocupam nas pastorais, movimentos e outras realidades da Igreja. Tais pessoas têm muita dificuldade em deixar seus cargos porque se acham realmente imortais e extremamente necessárias. Pena que se esquecem de que nesse mundo estamos apenas de passagem.

Outra doença é a do martalismo (termo associado à conduta de Marta), ou seja, são pessoas tão preocupadas em trabalhar na Igreja, que se descuidam da melhor parte que é realizar o trabalho pastoral com leveza e com a cooperação de outros. Consequentemente, não têm tempo para rezar e ter uma intimidade com Jesus, porque fazem tudo, menos rezar.

Uma doença perigosa e contagiosa na Igreja é a de pessoas que possuem um coração de pedra. A meu ver essas pessoas nunca se convencem que estão erradas e para elas a religião tem que responder às suas expectativas e não à realidade pastoral da Paróquia. Uma pessoa que possua essa doença precisa se curar imediatamente porque realmente é uma doença contagiosa e, uma vez tendo o coração petrificado o caminho de retorno a um coração normal pode ser doloroso e exigir muito esforço, para o qual a pessoa poderá não estar mais preparada.

Há ainda, segundo o Papa Francisco, dentre as doenças, uma que faz muito mal à saúde dos cristãos que é a doença do “Alzheimer espiritual”.  Ela faz com que a pessoa se esqueça de que Deus nos enviou um Salvador para que retornássemos todos ao bom convívio com Ele, nosso Criador. Sofrer dessa enfermidade é nada mais nada menos que ser incapaz de experienciar na própria vida o encontro com Cristo Salvador. Por isso, é precisos evitar tal doença para não ter que remediá-la.

No anúncio do Evangelho, não nos deixemos levar pelo desejo de vanglória, pela indiferença para com os outros, pelo desejo de acumularmos ações pastorais que tiram dos outros a possibilidade de atuarem em nossas comunidades eclesiais, como se não pudessem contribuir com a implantação do Reino. Anunciemos com alegria o Evangelho de Nosso senhor Jesus Cristo, pois anúncio que é feito de forma fúnebre não leva as pessoas a descobrirem como Deus é bom e que Ele é Amor. Que incentivados por nosso Papa Francisco tenhamos a coragem de fazermos um check-up em nossa vida espiritual e sejamos uma Igreja sem enfermidades.   

 

Pe. Jorge Filho, Pároco

Pároco da Paróquia Maria, Serva do Senhor

 



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