A Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) preparou uma programação dedicada a celebrar o centenário da Arquidiocese de Belo Horizonte, realizada no ambiente digital, com reflexões, partilha de saberes sobre a história da Igreja Católica em Minas Gerais e apresentação cultural. A solenidade de abertura, na tarde desta terça-feira, teve como anfitriã a reitora da UFMG, professora Sandra Regina Almeida, e o vice-reitor, professor Alessandro Moreira. O bispo auxiliar da Arquidiocese de Belo Horizonte e reitor da PUC Minas, dom Joaquim Mol, representou as comunidades e instituições arquidiocesanas no encontro.
Ao agradecer à UFMG pela homenagem, dom Joaquim Mol disse que a Igreja, desde a sua fundação, compreende que “não existe para si, mas para os outros”, lembrando que a Arquidiocese de Belo Horizonte é a presença da Igreja Católica na Capital Mineira e em outros 27 municípios da Região Metropolitana de Belo Horizonte. O Bispo citou o Papa Francisco que, na Exortação Apostólica Evangelii Gaudium, sublinha: a missão da Igreja é evangelizar. “Evangelizar é tornar o reino de Deus presente no mundo”, explicou dom Joaquim Mol, recordando o que ensina o Papa Francisco. O Reitor da PUC Minas sublinhou que edificar o Reino de Deus exige trabalhar para que na sociedade prevaleçam o respeito, a fraternidade e a igualdade. A Igreja, no exercício de sua missão de evangelizar, busca o diálogo, conforme explicou dom Joaquim Mol, ressaltando que a fé, elemento constitutivo do ser humano, nunca é fechada. “Grupos fundamentalistas, radicais, que em nome da fé agridem, difamam, produzem notícias falsas, não vivenciam uma experiência de fé autêntica”, ponderou.
Dom Joaquim Mol acrescentou: fé e razão estabelecem uma relação de mútua iluminação. “A razão não dispensa a fé, mas a aprofunda”, afirmou o Bispo, dizendo que também a fé não desconsidera a ciência, tão necessária para a promoção do bem.
A reitora da UFMG, professora Sandra Regina Almeida, disse que a instituição de ensino superior se orgulha por poder integrar as celebrações do Ano Jubilar Centenário da Arquidiocese de Belo Horizonte. “Somos instituições sólidas e perenes a serviço do povo”, destacou, lembrando ainda que UFMG e PUC Minas são instituições irmãs. A Reitora mencionou a importância da Igreja nas diferentes etapas da história, especialmente nos momentos mais difíceis enfrentados pela humanidade. A professora Sandra Almeida fez referência ao trabalho da Arquidiocese de Belo Horizonte no contexto contemporâneo, a exemplo do enfrentamento da pandemia e de suas consequências socioeconômicas. A reitora recordou a origem etimológica da palavra crise para explicar que o atual momento aponta para a necessidade de mudança. “Um tempo que inspira também a esperança”, ponderou.
Após a solenidade de abertura, a professora Adalgisa Arantes Campos, titular do departamento de História da UFMG e de seu programa de pós-graduação, dedicou apresentação sobre a história da Igreja no território da Arquidiocese de Belo Horizonte. A pesquisadora detalhou riquezas histórico-culturais das igrejas barrocas e o papel de cristãos leigos e consagrados na consolidação da fé católica em Minas Gerais.
A programação contemplou ainda a apresentação do coral Ars Nova, da UFMG, e a abertura da exposição digital “Figurações: imagética religiosa no Acervo Artístico UFMG”. Foi concluída com mesa redonda sobre a exposição, coordenada pela professora da Escola de Belas-Artes da UFMG, Verona Campos Segantini, e participação dos demais professores, pesquisadores e colaboradores que conceberam a exposição.
