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Sínodo sobre a Sinodalidade é tema da Assembleia Geral do Clero

A 103ª Assembleia Geral do Clero, realizada no ambiente digital nesta terça-feira, 7 de dezembro, foi dedicada ao Sínodo sobre a Sinodalidade na Igreja, com importantes partilhas sobre o caminho sinodal que está sendo trilhado pelas comunidades de fé da Arquidiocese de Belo Horizonte. Presidida pelo arcebispo dom Walmor Oliveira de Azevedo, com a participação dos bispos auxiliares da Arquidiocese de Belo Horizonte e a mediação do vigário geral, monsenhor Nédio Lacerda, a Assembleia foi também oportunidade para reflexões sobre a realidade da Igreja Particular de Belo Horizonte, com a apresentação dos trabalhos desenvolvidos pelos Vicariatos Episcopais Especiais e o compartilhamento de informações sobre a sustentabilidade das comunidades de fé, a partir de prestação de contas realizada pelo Comitê Gestor da Mitra Arquidiocesana.

 

Na abertura da Assembleia, dom Walmor, ao agradecer a participação dos sacerdotes, lembrou que a sociedade brasileira vive grandes desafios, sublinhando que muitas pessoas enfrentam a fome e a miséria. Mas também recordou que a Igreja vive singular oportunidade para contribuir para mudar a sociedade, no horizonte do processo sinodal convocado pelo Papa Francisco e já vivido pela Igreja em todo o mundo. “Sem a comunhão do presbitério, no horizonte da Igreja particular e da Igreja universal, perdemos fecundidade e força”, explicou, reforçando a importância de cada padre no processo sinodal.

 

Dom Geovane Luís da Silva, bispo auxiliar, lembrou que o processo sinodal começa na Igreja particular. “Tempo de esperançar, de viver a vida e de buscar em Cristo a beleza da Missão, conforme o que se vive neste tempo do Advento”. Na mesma perspectiva, o bispo auxiliar dom Nivaldo dos Santos Ferreira reforçou que a Igreja Particular de Belo Horizonte deve investir sempre mais na força missionária. Dom Nivaldo muito agradeceu a acolhida que tem recebido, de todos, na nova missão assumida: há quase um ano, é servidor da Arquidiocese no ministério episcopal. Também há quase um ano a serviço da Arquidiocese no ministério episcopal, dom Júlio César sublinhou que os evangelizadores de hoje são chamados à missão neste tempo de dificuldades. “E a tarefa recebida por Deus vem acompanhada de muitas graças”. O Bispo pediu a colaboração de todos na revisão do Diretório para os Presbíteros, “não apenas como forma de atualização de documento, mas oportunidade de revisão e participação, um caminho sinodal de corresponsabilidade, na celebração do Ano Jubilar Centenário da Arquidiocese de Belo Horizonte.”

 

Nesse horizonte da sinodalidade e da participação, o bispo auxiliar dom Vicente de Paula Ferreira, em sua apresentação, partilhou relato sobre a 1ª Assembleia Eclesial da América Latina e do Caribe. O bispo auxiliar, a convite do Regional Leste 2 da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), foi um dos representantes da Igreja no Brasil que estiveram reunidos na Assembleia. Dom Vicente destacou a experiência, marcada pelo intercâmbio de culturas emoldurando as reflexões e orações. Em seguida, dom Vicente apresentou os doze desafios pastorais identificados pela Assembleia. Dentre os pontos destacados, o bispo alertou para a necessidade de se superar o clericalismo, a visão que separa o homem da natureza e as polarizações alimentadas por um sistema econômico que reforça desigualdades. “A Igreja deve ser contra a hegemonia desse sistema econômico, para apresentar à humanidade uma nova forma de viver”. Dom Joaquim Mol complementou dizendo que a Igreja não é a principal agente no processo de transformação social, mas tem a sua responsabilidade e, por isso, disse esperar que todos se dediquem a esse compromisso de mudança na humanidade.

O processo sinodal

Monsenhor Joel, na sequência, apresentou cada etapa do processo sinodal vivido pela Arquidiocese de Belo Horizonte, a partir da coordenação de seu Vicariato Episcopal para Ação Pastoral. Trata-se do caminho que prepara a Assembleia Ordinária do Sínodo dos Bispos, a ser vivida em 2023, no Vaticano. Integrante da comissão executiva do processo sinodal na Arquidiocese de Belo Horizonte, Ana Angélica apresentou a metodologia adotada para envolver todas as comunidades no grande processo de escuta, promovido pela Igreja Particular de Belo Horizonte. Ela reforçou que todo o cronograma desta metodologia, com o subsídio para a participação das comunidades de fé, está publicado no site da Arquidiocese de Belo Horizonte.

 

Padre Felipe Gouvêa detalhou o questionário que busca envolver todas as pessoas no processo sinodal. Ele sugeriu que as Regiões Episcopais também criem as suas comissões para motivar e orientar os evangelizadores das Paróquias a se dedicarem ao caminho do Sínodo. “O questionário que estamos desenvolvendo, e que estará disponível em plataforma digital, é destinado a todas as pessoas, das comunidades e da sociedade, de um modo geral”. O sacerdote reforça que mesmo os fiéis participantes do Sínodo em suas comunidades são convidados a também contribuírem com respostas ao questionário.

 

Após o momento de partilha, com perguntas formuladas pelos sacerdotes, dom Walmor agradeceu as participações e ressaltou a importância das mulheres na vida da Igreja e, especialmente, no caminho missionário da Arquidiocese de Belo Horizonte. Neste momento, o Arcebispo informou que a professora Lucimara Trevizan será nomeada assistente episcopal para o Vicariato Episcopal para Ação Pastoral, contribuindo ainda mais com os trabalhos da Arquidiocese.

 

Gestão solidária e o trabalho desenvolvido pelos Vicariatos

 

Na sequência, a Assembleia do Clero se dedicou à gestão solidária, com prestação de contas apresentada pelo Comitê Gestor da Mitra Arquidiocesana.  O encontro foi concluído com partilhas sobre os trabalhos desenvolvidos nos Vicariatos Episcopais Especiais. Dom Joaquim Mol, bispo referencial para o Vicariato Episcopal para Educação e Educação (Veec), informou aos presbíteros sobre um estudo que está sendo desenvolvido sobre as diferentes mídias da Arquidiocese de Belo Horizonte. Um trabalho importante para fortalecer a evangelização a partir da comunicação. O Bispo também partilhou especial notícia sobre educação pastoral: o curso de Teologia dedicado a leigos, oferecido pelo Instituto de Filosofia e Teologia Dom João Resende Costa, da PUC Minas. Dom Mol motivou os sacerdotes a incentivarem os leigos das comunidades de fé a se inscreverem. Padre Fernando Lopes, vigário episcopal do Veec, lembrou que a Campanha da Fraternidade do próximo ano terá a educação como tema.

 

Dom Nivaldo, bispo referencial do Vicariato Episcopal para Ação Missionária, apresentou um cronograma para o próximo ano, com momentos fortes e oportunos para renovar a convocação dos cristãos católicos à ação missionária. O Bispo Auxiliar sublinhou que a Arquidiocese de Belo Horizonte tem muitas forças missionárias, que precisam se unir ainda mais, se articular. “Forças religiosas e experiências leigas. O Veam busca articular essas forças de evangelização, presentes e atuantes na Arquidiocese”.

 

Dom Geovane Luís, sobre o trabalho desenvolvido pelo Secretariado Arquidiocesano de Liturgia, apresentou a grande meta de entregar para a Arquidiocese de Belo Horizonte o novo Diretório Pastoral Litúrgico, fruto do itinerário do Fórum Arquidiocesano de Pastoral Litúrgica, que envolveu muitos evangelizadores das comunidades de fé.

 

Sobre o Vicariato Episcopal para Ação Social, Política e Ambiental, o vigário episcopal, padre Júlio Amaral, detalhou as ações desenvolvidas nos três setores do Vicariato: social, político e ambiental. Dom Vicente acrescentou o trabalho importante realizado na Região Episcopal Nossa Senhora do Rosário (Renser): são 29 projetos que levam esperança às famílias mais impactadas pela tragédia socioambiental ocorrida na região. “Agradeço ao Veaspam pelo trabalho. Vamos fazer um grande movimento no dia 25 de janeiro, em memória e solidariedade às vítimas”, contou o Bispo Auxiliar, convidando os demais presbíteros a também participarem, com as suas comunidades paroquiais.

 

A Assembleia foi concluída com um momento de oração presidido por dom Walmor, que se recordou do aniversário natalício e de ordenação sacerdotal de muitos padres da Arquidiocese, celebrados em dezembro.



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