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Será que o respeito está fora de moda?

Aprendi desde criança que era preciso respeitar os mais velhos, independente de serem idosos. Compreendi que o costume de chamá-los de “senhor” ou “senhora” expressava este mesmo respeito que era preciso lhes devotar. Aprendi também que os professores são autoridades e era preciso respeitá-los. Ensinaram-me a pedir a bênção aos pais, tios e avós reconhecendo que eles tinham autoridade de transmitir a mim bênção de Deus. Agradeço muito por este aprendizado, mas reconheço que infelizmente, muitos não tiveram a mesma oportunidade…

Hoje em dia se fala muito de crise das famílias. A educação das crianças e dos jovens está muito comprometida pela ausência dos pais que têm longa jornada de trabalho, pelo desestruturado ambiente familiar, pelas relações carentes de ternura, pela falha na imposição de limites, pela deficiente autoridade dos responsáveis, pela excessiva “companhia” da televisão e do computador.

 

Temos obrigação de honrar e respeitar todos aqueles que Deus, para nosso bem, revestiu da sua autoridade

Aos poucos, noção de respeito vai se perdendo. E, se se perde o respeito às pessoas, o mesmo acontece com o respeito a Deus e a tudo o que é sagrado. Quem é reverente a Deus, reverencia as pessoas e quem reverencia as pessoas, mesmo que não saiba, é a Deus que reverencia.

No quarto mandamento, o Senhor nos ordena: “Honra pai e mãe, a fim de prolongares os teus dias na terra que o Senhor teu Deus te vai dar” (Ex 20, 12). O Catecismo da Igreja Católica, nos parágrafos 2197 e 2199, a este respeito nos ensina: “Deus quis que, depois de Si, honrássemos os nossos pais, a quem devemos a vida e que nos transmitiram o conhecimento de Deus. Temos obrigação de honrar e respeitar todos aqueles que Deus, para nosso bem, revestiu da sua autoridade.

O quarto mandamento dirige-se expressamente aos filhos nas suas relações com o pai e a mãe, porque esta relação é a mais universal. Mas diz respeito igualmente às relações de parentesco com os membros do grupo familiar. Exige que se preste honra, afeição e reconhecimento aos avós e antepassados. E, enfim, extensivo aos deveres dos alunos para com os professores, dos empregados para com os patrões, dos subordinados para com os chefes e dos cidadãos para com a pátria e para com quem os administra ou governa.”

Deus reveste de autoridade pessoas humanas que são, portanto, falhas. Este fato, porém, não nos desobriga da obediência e do respeito, pois toda autoridade legitimamente constituída por laços de parentesco ou civilmente tem seu fundamento na autoridade de Deus. O quarto mandamento, mais que a respeitar, nos convida a honrar nossos pais. Esta atitude é tão cara, que além de nossos pais (e demais autoridades) devemos somente a Deus! Esta atitude nos enobrece, nos eleva! Obedecendo a este preceito, somos mais “gente”, mais humanos e nos colocamos no lugar que nos é devido no plano de Deus: somos filhos!

Meus irmãos, precisamos nos responsabilizar pela formação das crianças e dos jovens! Será que é coerente ensinar a eles inglês, informática, esportes e música se lhes falta o aprendizado mais básico? Não podemos nos acostumar a ver crianças e jovens conversando nas igrejas: eles precisam aprender que há hora para falar e hora para calar!

Não podemos permitir que no ambiente escolar seja comum “não conseguir dar aula” devido ao comportamento dos alunos. Não é coerente com nossa fé, o desrespeito com os mais velhos. Sabemos que esta é uma questão muito ampla e a solução não é simples, mas, como cristãos, não podemos fechar nossos olhos para esta realidade. É preciso educar os filhos para o respeito ao outro. É preciso ensinar na catequese, nos grupos de jovens e também às crianças e jovens da nossa família que respeitar não é um “costume de antigamente”, já “fora de moda”, respeitar é ser cristão!

 

Ludmila Rocha Dorella



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