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Ser catequista, uma vocação – Artigo de Neuza Silveira, Secretariado Arquidiocesano Bíblico-Catequético de BH

 

Ser catequista é uma vocação de serviço na Igreja. Sua vocação se encontra espalhada em meio a toda ação da comunidade. É um dom que recebemos do Senhor e com alegria o transmitimos. O dom que o Pai nos oferece em Cristo é o amor mais real que se possa imaginar. Nós o recebemos como um chamado de Deus para transmitir o que o Senhor anunciou, o seu primeiro anúncio, ou querígma, o dom que mudou a nossa vida. Por isso, somos chamados a levar o anúncio a todas as pessoas para que ele também possa causar transformações em suas vidas.

A vocação do catequista tem sua raiz inserida na vocação cristã. No Batismo e na Crisma recebemos o compromisso de colaborar no anúncio da Palavra de Deus, segundo as nossas condições. Somos Chamados por Deus para o anúncio da sua Palavra, para ser testemunha dos valores do seu Reino e para sermos os porta-vozes da sua mensagem. É viver e anunciar a boa-nova do amor do Senhor: «Jesus ama-te verdadeiramente, tal como és.”

A missão do catequista se transforma em um caminhar constante, um itinerário que vai se fazendo a partir de Cristo e com Cristo, deixando que Ele se torne o centro de nossa vida, que nos faça arder o coração com seu olhar atento e perspicaz, um olhar que nos convida a sair de nós mesmos e nos fazermos próximos dos outros.

Parece um caminho difícil. Precisamos de coragem para entrar no barco da vida e ir em busca do extraordinário que acontece em meio à simplicidade do nosso cotidiano. Muitas vezes, no ritmo frenético que caminhamos, com experiências cada vez maiores das exigências que nos cercam, acabamos por não dar atenção àquelas realidades que nos educam para uma visão mais ampla da vida.

Nas várias fases de nossas vidas estamos a nos perguntar: quem somos, o que nos faz realmente feliz, o que faço da minha vida?Como estou para Deus? São perguntas da nossa existência e das nossas razões que norteiam nossas escolhas. Estamos sempre a procura de Deus. Somos suas criaturas. Seu desejo está inscrito em nossos corações. Somos sempre atraídos a Ele e por Ele. Para entender a Ele e a seus sinais, necessitamos da fé. E a cada experiência da vida nos leva em direção a Ele. Somos conduzidos em direção ao mistério da fé.

Percorrendo o itinerário no mar da vida, damo-nos conta de que o que estamos fazendo na vida diz respeito ao modo como Jesus viveu. Vivemos o que herdamos dele e das primeiras comunidades que bem souberam apreender o seu modo de vida. Crer no Ressuscitado é um processo que pode durar anos. A fé em Cristo vai despertando em nosso coração de forma frágil e humilde. Precisamos de tempo.

O catequista, ao ser chamado a fazer ecoar a Palavra de Deus, vai junto com Cristo e se doa dando o seu testemunho que é sustentado pela certeza do amor do Cristo que se dispõe a nos doar, a fim de nutrir o crescimento espiritual de outras pessoas e de nós mesmos. Vamos juntos fazer a experiência de Deus. É ela a matéria-prima da nossa prática catequética.

Não há um conteúdo que seja mais importantes. Cada conteúdo da fé torna-se perfeito, quando ele se mantém ligado ao centro que é Jesus Cristo; quando ele se apresenta permeado pelo anúncio pascal; mas se, pelo contrário, se isolar, perde sentido e força.

No dia a dia vamos deixando nossa vocação despertar e se transparecer. Pode ser através do gosto pela catequese, busca de criatividade para melhorar os encontros catequéticos; esperança de melhorar a nossa sociedade; motivação para obter uma crescente formação e a consciência de ser enviado em nome da Igreja. Vamos porque sempre tem e terá alguém esperando.

Vamos catequizar! Catequizar é aproximar, escutar, estar junto, participar é sofrer e alegrar com alguém ou para alguém. Este alguém pode ser a criança, o jovem, o adulto, o velho, o enfermo, o menor carente, ou uma pessoa que necessita de nossa atenção. Vamos caminhar e se deixar encontrar com Jesus Cristo. No encontro pessoal faremos a experiência de conviver com alguém que nos pode ajudar a conhecer-nos com mais verdade, despertando o que há de melhor em nós. Ele nos pode levar ao essencial, nos convida a reorientar tudo para uma vida mais digna, mais generosa, mais humana.

Catequistas, procuremos abastecermos nas fontes do Cristo crendo nEle, seguindo-o e fazendo-se um continuador de sua obra, participando da sua vida em comunidade. Continuemos nossa jornada alimentados pela fé e pela esperança. Parabéns a todos os/as catequistas pelo nosso dia, que celebramos no dia 28 de agosto.

Valorizemo-nos! Não deixemos a palavra de Deus morrer afogada no poço do medo, da insegurança, do comodismo. Sejamos criativos sem medo de sair dos próprios esquemas. Sejamos profetas, porta-vozes de Deus.

 

 

 

 

Neuza Silveira de Souza, Coordenadora do Secretariado
Arquidiocesano Bíblico-Catequético de BH



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