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Retornar a Jesus com a prática da Iniciação Cristã – artigo de Neuza Silveira, Comissão Arquidiocesana Bíblico-Catequética de BH

A cada passo dado nos deparamos com novos desafios que nos surpreendem e exigem novas formas de comunicar e expressar uma linguagem de fé que promova comprometimento, com ajuda da comunidade, na educação para iniciação progressiva à vida cristã.

Jesus, ao longo de sua vida missionária, quebrou estruturas para restituir a dignidade dos filhos de Deus. Identificado como o servo sofredor, traz a salvação. Realiza a vontade do Pai de salvar a humanidade como messias que ama. Apresenta-nos o Reino dos céus e a vontade do pai. É o mistério de Deus se revelando no modo específico de ser humano de Jesus. Através dele, Jesus, como sujeito concreto, singular, e por meio de sua corporeidade, Deus quis mostrar-nos a “plenitude da revelação”. E o que é revelado por meio da humanidade de Jesus é o conhecimento do modo de ser de seu Pai.

Nós, partindo da revelação, somos chamados a continuar a caminhada de Cristo dando continuidade às suas obras. Sabemos que o caminho a percorrer não é fácil mas os ensinamentos de Jesus nos ajudam a percorrê-lo. Suas atitudes favorecem às pessoas exigindo mudanças na maneira de viver a vida. Nesse sentido pode-se dizer que as pessoas , nas suas novas relações, possam fazer acontecer uma sociedade mais justa, igualitária, fraterna e solidária.

O amor de Cristo nos impele, ou seja, nos pressiona, nos compele, nos estimula a amar, dando origem a gestos de doação para com amigos e conhecidos, para com desconhecidos e necessitados. Este é o caminho da Iniciação à vida cristã. Ao nos colocarmos no seguimento de Jesus descobrimos que é o rosto de Cristo que está presente no rosto de cada pessoa.

Seguir Jesus e fazer da comunidade uma seguidora

O seguimento exige a renúncia dos interesses pessoais que vão contra o projeto do Reino. Necessário se faz tomar a cruz e seguir o caminho do Mestre enveredando pelo caminho do serviço e da doação, pois a vida é o maior “dom” de Deus, quando colocada a serviço do Reino.

A iniciação à vida Cristã propõe que seja feita uma experiência pessoal com Jesus Cristo. Nesse sentido, é aprender a viver com riscos, desafios, limites e buscar um novo sentido que só se encontra quando vivido “por Cristo, com Cristo e em Cristo”. É construir uma comunidade fazendo dela o lugar privilegiado de comunhão que se desenvolve a partir da participação de todos os membros do povo de Deus, sejam bispos, presbíteros, diáconos, religiosos ou leigos. Cada um em sua função buscando valorizar o trabalho de todos para que o Reino de Deus aconteça na comunidade e no mundo.

Basta crer. A experiência de fé tem sentido e acolhida na comunidade de pessoas que creem, que juntas façam discernimentos da presença do Senhor em suas vidas e se constituam comunidade de discípulos missionários. Vamos lembrar o Papa Francisco que, invertendo a parábola da ovelha perdida, afirma que hoje deixamos protegida uma ovelha e saímos em busca das noventa e nove dispersas. Crer nos dá a certeza da presença de Deus em nossa vida. A fé nos põe em íntima relação com a Trindade Santa e assim vivamos em atitude de esperança e amor com o Deus que não desiste de nós.

Está aí a importância de conhecer o modo com que Jesus vai assumindo as condições concretas da vida, respondendo ao contexto das realidades de sua época. Com o nosso olhar fixo em Jesus podemos aprender a olhar a nossa realidade e vivermos movidos pelo mesmo Espírito filial com que Ele viveu. A Vida Cristã é um novo projeto que requer um processo de passos de aproximação, mediante os quais a pessoa aprende e se deixa envolver pelo mistério amoroso do Pai, pelo Filho, no Santo Espírito.

 

 

 

 

 

Neuza Silveira de Souza, Coordenadora da Comissão
Arquidiocesana Bíblico-catequética de Belo Horizonte



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