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Quem somos hoje?

Em cada momento da história, as pessoas se perguntam quem são elas. Todos constituímos relação mútua com a cultura. Forjamos a cultura que nos cerca e ela, por sua vez, marca-nos profundamente. Ninguém escapa do seu impacto. Para conhecermos a nós mesmos e aos nossos semelhantes nada melhor que mergulhar crítica e profundamente no universo cultural presente.

Muitos chamam de pós-modernidade o momento atual. Termo que carece de reparos. Pós não significa depois, como se o antes da modernidade já tivesse terminado. A modernidade permanece em plena força: império da ciência e da tecnologia, individualismo acerbado, reinado do sistema capitalista de mercado, autonomia do sujeito, ímpeto conquistador das potências ocidentais e muitos outros. Vivemos a modernidade avançada.

No entanto, já há sinais de que alguns de seus traços começam a ser revistos, criticados e até superados. A pós-modernidade submete a modernidade ao crivo da crítica e intenta impor-lhe alguns freios. Percebeu que o desregramento da razão científica provocou crimes horrorosos, como os campos de concentração que assassinaram milhões de pessoas, guerras enlouquecidas com custo de vidas incalculável, devastação da natureza com riscos para o futuro da humanidade.
 

O Amor só entra onde se abre a janela do coração, silenciado do ruído midiático e livre do entulhamento da posse de bens, para ver e ouvir o outro

Surgiu vigoroso grito ético contra o desmando total da tecnologia e contra o ímpeto voraz do ser humano. Estamos precisamente nesse momento em que se gesta, de um lado, um ser humano radicalmente influenciado pelos avanços tecnológicos, sobretudo da informática e genética e, de outro, aumenta o temor dos efeitos desastrosos de tais avanços. Teme-se que o individualismo conduza as pessoas cada vez mais à solidão enferma, recorrendo aos psicotrópicos para viver em vez de encontrar a alegria e a felicidade do convívio com as pessoas. A ausência do rosto do Outro/outro corrói a interioridade. Perdemos a referência fundamental dos valores que nos regem. E o ser humano, desprovido de ética, degrada-se ao estado animal.

Na ironia de pensador inglês, ao considerar que estamos nos convertendo em lobo em relação a nosso semelhante não estamos sendo delicados com os lobos. A pós-modernidade sofre do paradoxo de positivamente ansiar por convivência, mas negativamente se deixa dominar pelo mundo informatizado em que reina o encontro virtual. Nada supre o olhar cálido do amor. O som do celular ou a imagem da webcam nunca se igualam à voz e ao rosto do calor humano presente.



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