No artigo anterior, dizíamos que a celebração de nossa comunidade exprime que somos: uma família. Unidos pelo Batismo ao Filho Jesus, somos adotados por Deus. Também nós ganhamos o status de filhos e filhas. Assim, somos convocados a participar do mesmo amor.
Nesse sentido, a Missa é lugar e momento importante para conviver com Jesus e, assim, aprendermos com Ele a ser filhos e filhas, amados e irmãos entre nós. Por essa razão, a Igreja reza em uma de suas bênçãos: “Confirmai, ó Deus, os corações de vossos filhos e filhas e fortalecei-os com a vossa graça, para que sejam fiéis na oração e sinceros no amor fraterno”.
Agora, imaginem, uma família reunida em sua casa ao redor da mesma mesa, mas cada um falando de uma coisa diferente ao mesmo tempo. Ao invés de comunhão, que em latim (comunicatio) significa também comunicação, teríamos uma confusão. Para unificar os corações e permitir que todos se entendam, compreendam e então, exercitem o amor familiar, é necessário estabelecer uma comunicação comum.
Pois bem, o Canto de Entrada na Missa garante que não haja confusão entre os irmãos desde o início do Banquete convivial. Este canto, executado por toda a assembleia (e isso pode-se fazer de diversas maneiras, como por exemplo dialogando com o grupo de cantores) estabelece o assunto a ser tratado durante a refeição sagrada. Outra coisa muito importante, é que ele tem como objetivo nos deixar dispostos a escutar a Palavra do Pai anunciada pelo Filho Amado. Além disso, direciona nossa mente e nosso coração para a própria vida do Filho Jesus, que é encarnação desta Palavra. Sobre isso, se diz que o Canto de Entrada nos introduz no “mistério” da Missa daquele Domingo e nos encaixa no Tempo Litúrgico. Sabemos, por experiência, que não são a mesma coisa uma ceia de Natal e uma refeição compartilhada em um dia de luto.
Compreendemos, assim, que entoamos o Canto de Entrada na Missa não para deixar a celebração mais animada, ou para produzir o bem-estar dos participantes. A Igreja ensina que o canto é parte integrante da celebração. Não é um adereço. Por essa razão, vamos encontrar nos livros de cantos oficiais da Igreja os Salmos como proposta para nossas assembleias dominicais. A gente não canta qualquer coisa. Assim como, em nossas casas, na hora da refeição não gostamos de tratar assuntos que não nos deixem sadios, da mesma maneira na Missa, cantamos a nossa Saúde, que é Cristo. E Cristo é a Palavra do Pai para nós.