Durante entrevista coletiva na Sala de Imprensa da Santa Sé, dia 3, às 12h30, em Roma , foi apresentado o XII volume, em alemão, da Ópera Omnia de Joseph Ratzinger (Papa Bento XVI), com o título Künder des Wortes und Diener eurer Freude – Theologie und Spiritualität des Weihesakramentes (Anunciadores da Palavra e servidores da alegria – Teologia e Espiritualidade do Sacramento.
Na coletiva, foi oficialmente apresentada a Assembleia Plenária do Pontifício Conselho da Cultura – encontro do dicastério vaticano que acontece de 10 a 13 de novembro com o tema “Cultura da Comunicação e novas linguagens”.
Participaram da coletiva o presidente do Pontifício Conselho da Cultura, Dom Gianfranco Ravasi, o membro do Conselho, curador da Opera Omnia de Joseph Ratzinger e Bispo de Regensburg, Dom Gerhard Ludwig Müller, o responsável pelo Departamento “Arte e Fé” do Pontifício Conselho, padre Pasquale Iacobone, e o responsável pelo Departamento “Comunicação e linguagens” do mesmo dicastério vaticano, doutor Richard Rouse.
Ópera Omnia de Joseph Ratzinger: teologia feita vida
O segredo da teologia do cardeal Joseph Ratzinger (Papa Bento XVI) não está somente em seus extraordinários conhecimentos, mas sobretudo no fato de fazer-se vida, explicou o encarregado da publicação dos 16 volumes de sua Ópera Omnia, Dom Gerhard Ludwig Müller, bispo de Ratisbona.
Trata-se de uma iniciativa da casa editorial alemã Herder, em colaboração com a Livraria Editora Vaticana, que apresenta textos inéditos.
Os escritos de Ratzinger, explicou o bispo, que foi professor de Teologia na Universidade de Munique, “unem conhecimentos científicos da teologia à figura de uma fé viva e vivida. Como ciência marcada genuinamente dentro da Igreja, a teologia pode assinalar-nos a vocação particular do homem como criatura e imagem de Deus”, disse ao sintetizar a contribuição teológica do Papa atual.
Para Dom Müller, “Bento XVI é um dos grandes teólogos que chegaram à sé de Pedro, e um dos mais significativos estudiosos dos séculos XX e XXI.”
“Em sua atividade científica, Bento XVI sempre pôde recorrer ao seu admirável conhecimento da história da teologia e dos dogmas, que transmite de maneira iluminadora, destacando a visão divina do homem, sobre a qual tudo se fundamenta.”
No centro de todo seu pensamento, disse, “está a vontade divina de falar com cada um, e sua Palavra, que se converte em luz que ilumina cada homem.”
Dom Müller explicou que o Papa o encarregou pessoalmente da publicação desta Opera Omnia, em qualidade de bispo de Ratisbona. Nessa cidade, Ratzinger culminou sua carreira acadêmica, nela estão sepultados seus pais e sua irmã, e nela vive seu irmão, Dom Georg, que foi de 1964 a 1994 diretor do famoso coro de Pequenos Cantores da Catedral.
A elaboração do projeto editorial foi realizada em acordo com o Papa, explicou o bispo alemão, que autorizou a organização de cada volume. O primeiro, por exemplo, apresenta as duas teses de habilitação acadêmica do jovem teólogo: sua tese de licenciatura sobre a doutrina de Santo Agostinho sobre a Igreja e a de capacitação para o ensino sobre a doutrina da Revelação de São Boaventura.
Além destas obras, o volume recolhe outros ensaios e textos dedicados a Agostinho e Boaventura.
O volume III se baseia na conferência inaugural do professor Ratzinger «O Deus da fé e o Deus dos filósofos», pronunciada em Bonn em 1959, acompanhando-a com textos sobre o tema fé e razão. O volume IV começa com sua famosa “Introdução ao Cristianismo” (1968) e recolhe outros textos sobre a profissão de fé, o batismo, a conversão, o seguimento de Cristo e a vida cristã.