A Igreja celebrou Pentecostes, neste domingo, dia 4 de junho, solenidade que tem um sentido todo especial para todos os católicos.
Pentecostes, assim como a Páscoa, já era celebrado como uma Festa da liturgia judaica, mas adquire para os cristãos um significado particular. Para os judeus, essa era a Festa das Semanas (sete semanas da Páscoa ou quinquagésimo dia) quando se ofertavam as primerias espigas colhidas. Era, portanto, ligada ao mundo agrário e da colheita. A festa passou também a significar a comemoração da aliança entre Deus e o povo no Sinai. Para os cristãos, Pentecostes designa o cumprimento da promessa de Jesus Cristo de enviar o seu Espírito, que deverá acompanhar a Igreja ao longo da história.
Assim como a aliança do Sinai é marcada por manifestações impressionantes de Deus, tais como relâmpagos e trovões, nuvem, montanha em chamas, também o dom do Espírito ocorre em meio a teofanias (manifestações divinas) tais como o vento impetuoso e as línguas de fogo. Essa cena é narrada por Lucas no segundo capítulo dos Atos dos Apóstolos.
Nota-se que, logo após o dom do Espírito, os Doze passaram a anunciar a boa-nova de Cristo Jesus. Também nós deveríamos mergulhar nesta mística de anunciadores do Evangelho de Cristo, anúncio impulsionado pelo Espírito Santo que habita em nós. Anúncio que deve ocorrer utilizando-se de diversas línguas e diversos modos, já que a mensagem é para todos. Com os tristes devemos falar a linguagem que respeita os seus sentimentos, mas comunica a esperança; com os alegres, a linguagem do sorriso que, contudo, se compromete com a transformação do mundo. Em alguns casos, descobriremos que a melhor linguagem é a do testemunho silencioso.
Celebremos, portanto, esta verdade proclamada na liturgia da Igreja: somos templos do Espírito Divino. Que nós tenhamos coragem de nos deixar guiar por ele.
Pe. Leonardo Pessoa da Silva Pinto