As integrantes do grupo de geração de renda, Maria Barbosa e Cesira, na Feira de Economia Solidária
A Pastoral do Surdo da Arquidiocese de Belo Horizonte completa 21 anos de evangelização e serviços prestados à comunidade, atuando como centro de referência e apoio às questões de âmbito social, político e cristão para os surdos e seus familiares. Realiza um trabalho efetivo de defesa dos direitos dos surdos levando-os, também, a reconhecerem a importância de desenvolverem uma consciência crítica da atualidade e de participarem da elaboração de políticas que garantam sua inclusão social.
Para cumprir sua missão evangelizadora, a pastoral mantém um curso bíblico, com aulas aos sábados, sempre às 14 horas. Além de ensinar a Bíblia na língua de sinais, é celebrada missa com intérprete. “Agora estamos traduzindo até as músicas, o que tem contribuído para enriquecer o vocabulário dos participantes”, conta a coordenadora da Pastoral, Cláudia Márcia Barbosa Soares. “É muito gratificante para nós, cristãos, ver os surdos recebendo os sacramentos e atuando na celebrações como ministros ou, simplesmente, participando da Missa”.
Cláudia Márcia Soares |
Com o intuito de minimizar o impacto do estigma de deficiência no dia-a-dia, a Pastoral atende pessoas surdas naquilo que precisam, acompanhando-as a bancos, consultórios médicos ou para resolver questões jurídicas. Segundo a coordenadora, a Pastoral atua junto a outras instituições da Igreja e da sociedade, ajudando os surdos a superarem suas dificuldades. Ela lembra, por exemplo, uma situação em que a Pastoral conseguiu encontrar a família de um rapaz que acolhido pelo Abrigo Municipal São Paulo. “Ele era do Paraná e estava perdido em Belo Horizonte. No abrigo, por ser surdo, não conseguia se comunicar. Foi então que o auxiliamos para entrar em contato com seus familiares”.
Além do cuidado com os surdos, a Pastoral oferece capacitação para profissionais que lidam com eles ou mesmo estudantes. “São alunos da pedagogia, fonoaudiologia e psicologia e de outros cursos que têm a LIBRAS (Língua Brasileira de Sinais) como disciplina. Eles buscam se aperfeiçoar pelo interesse de trabalhar profissionalmente com os surdos, ou como voluntários”, explica a coordenadora. Segundo Cláudia, a formação dada pela Pastoral é referência pelo valor e qualidade, em razão do alto nível de conhecimento dos professores. “São profissionais com especialização pela Universidade Federal de Santa Catarina, que também é referência nesta área do conhecimento”. Os cursos funcionam durante todo o ano e é cobrada apenas uma taxa simbólica para cobrir despesas com material. Entre alunos e visitantes, são atendidas em torno de 130 pessoas por semana.
A Pastoral dos surdos tem ainda um grupo da terceira idade que trabalha com geração de renda. São senhoras que fabricam bolsas e lona bordadas, duas delas funcionárias da Mitra Arquidiocesana: Cesira Viegas Oliveira e Maria Barbosa Coelho que também atuam na Pastoral e como catequistas surdas. “Durante o ano, nós as ajudamos encontrando compradores para seus produtos e elas também participam de eventos como a Feira de Economia Solidária realizada na PUC Minas”, explica Cláudia Soares.
Pastoral do Surdo
Rua Além Paraíba, 208 – Lagoinha – Belo Horizonte – MG
Telefone: (31) 3423-8552
E-mail: pastoraldosurdodebelohorizonte@yahoo.com.br
Atendimento de segunda à sexta – 13h às 17h.
Alfabeto da Língua Brasileiras de Sinais (Libras)
Os cursos bíblicos e as celebrações com tradutores fazem parte do trabalho de evangelização
Durante todo o ano são ministradas aulas de Libras na sede da Pastoral do Surdo
Professora Fernanda, especializada em Libras( Língua Brasileira de Sinais) e monitoras da Pastoral