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Pastoral da Sobriedade: A fé que resgata as pessoas da dependência

O mecânico Deividson Fraga Benedito, 25 anos, atualmente faz palestras para contar sua trajetória de superação, é agente da Pastoral da Sobriedade na Paróquia São José, em Vespasiano e busca sempre ajudar as pessoas que lutam para vencer a dependência. Com a ajuda da Pastoral da Sobriedade, Deividson conseguiu se reerguer, deixando para trás um triste período de sua vida. Dos 17 aos 21 anos, aprisionado na dependência química, ele, de modo contumaz, fazia uso de maconha, cocaína e álcool. Torcedor de um clube da Capital, o jovem mentia para seus familiares. Dizia que iria acompanhar os jogos no estádio quando, na verdade, se escondia para consumir as drogas.

Livre da dependência química, Deividson integra um grupo de oração e participa da Pastoral da Sobriedade na Paróquia São José, em Vespasiano. Ele sonha em construir um lugar dedicado à recuperação de pessoas que sofrem com a dependência.

Porém, há quatro anos, um acontecimento mudou a vida de Deividson. Durante uma madrugada, o jovem, junto com outras pessoas, consumiu grande quantidade de drogas e, entorpecido, dormiu profundamente. No dia seguinte, ao acordar, viveu uma experiência pessoal de fé, que o fez se arrepender e retornar para a sua casa. Ao chegar, abraçou fortemente a sua mãe que lhe contou ter rezado por ele. “Minha mãe disse que, por volta das 6h, em oração, pediu a Nossa Senhora que intercedesse por mim e me desse a oportunidade de seguir outro caminho”, recorda-se Deividson, emocionado. Aquela noite foi a última vez que o jovem consumiu drogas. Decidido a dar novo rumo à própria vida, ele procurou ajuda da Pastoral da Sobriedade e passou nove meses em uma fazenda de recuperação.

Hoje, livre da dependência, Deividson integra um grupo de oração e participa da Pastoral da Sobriedade na Paróquia São José, em Vespasiano. Sempre que é convidado, faz palestras para contar a sua trajetória de vida e, assim, ajudar outras pessoas a se livrarem da dependência. Com entusiasmo, ele ainda revela um projeto que quer desenvolver. O mecânico trocou seu veículo por um lote, onde pensa construir, com o apoio de outras pessoas, uma casa que será dedicada ao tratamento de pessoas que sofrem com os mais diversos vícios.

A fé e a dedicação de agentes capacitados, que tanto ajudaram na recuperação de Deividson, são as forças que sustentam a presença transformadora da Pastoral da Sobriedade, presente em 25 paróquias da Arquidiocese de Belo Horizonte. São aproximadamente 200 agentes que se dedicam ao atendimento das pessoas que sofrem com os mais diversos tipos de dependência e seus familiares. Somente em 2017, 14.227 atendimentos foram realizados no âmbito da Pastoral. “Os agentes passam por um curso de formação com 20h de carga-horária. No curso, são refletidos temas relacionados à fundamentação bíblica e teológica que incentivam a vivência da espiritualidade em busca de um novo rumo para os dependentes”, explica a coordenadora arquidiocesana de formação, Vilma Miranda Saraiva. Em 2016, foram realizadas seis edições do curso de formação, que capacitaram cerca de 40 novos agentes.

As reuniões nos grupos mantidos pela Pastoral ocorrem semanalmente, com a presença das pessoas com dependência e seus familiares. Os participantes são orientados a seguir os 12 passos necessários para se construir vida nova, longe da dependência: admitir; confiar; entregar; arrepender-se; confessar; renascer; reparar; professar a fé; orar e vigiar; servir; celebrar e festejar.

Investir na prevenção

Dona Petrolina organiza atividades culturais, artísticas e esportivas dedicadas à juventude, iniciativas que buscam manter os jovens longe das drogas.

A Comunidade São Luiz Gonzaga, da Paróquia Jesus Operário, em Contagem, participa de importante iniciativa de apoio à Pastoral da Sobriedade na Arquidiocese de BH. A presença amorosa de Petrolina Moreira Costa, coordenadora da Pastoral na comunidade, garante o êxito do trabalho realizado com crianças e adolescentes. Aos 70 anos, dona Petrolina guarda a disposição dos tempos de juventude para promover encontros de prevenção ao uso de drogas, palestras e atividades culturais.

“Convivo com a comunidade e conheço a realidade das famílias. Sendo assim, convidei jovens que encontrei nas ruas e também visitei suas casas para pedir aos pais que os deixassem participar de nossas atividades”, conta. “Essas crianças vivem em área de risco social e precisam de apoio. É uma alegria poder estar com elas, conversar, trazer informações, e ver que estão mais comunicativos, interessados e participativos nos assuntos da comunidade”, acrescenta dona Petrolina.

Ela observa que se trata de um trabalho não apenas de prevenção, mas de uma ação social mais ampla. “Morrem muitos jovens por aqui e isso me preocupou muito. Sei que não consigo a participação de todos, mas só de ajudar no desenvolvimento saudável de alguns deles, já me sinto muito feliz”.



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