Agentes da Pastoral Carcerária participaram de reflexões, debates, momentos de espiritualidade e louvor com os jovens do Grupo Manaaim
A Pastoral Carcerária da Arquidiocese de Belo Horizonte iniciou as atividades do ano com Missa presidida pelo assessor eclesiástico, padre José Haroldo Cooreia Pinto, e retiro na Igreja Nossa Senhora da Boa Viagem. Para 2014, a meta é dar especial atenção ao envolvimento dos jovens no trabalho e à articulação com a comunidade, para criar e fortalecer ações junto às famílias dos presos. Acompanharam as atividades o vigário Episcopal para a Ação Social e Política, padre Chico Pimenta, e o diácono Glêverson Felipe, designado para atuar junto à Pastoral CArcerária, pelo arcebispo metropolitano, dom Walmor Oliveira de Azevedo.
Todas as ações, de acordo com a coordenadora, Maria de Lourdes de Oliveira, deverão estreitar os laços da Pastoral com os jovens, para que eles também abracem a missão junto aos detentos. “Diante de pesquisas que apontam a existência de 80 por cento de jovens entre os presos, a presença da juventude vai ser importante na missão, pois todos vão falar a mesma linguagem, o que é fundamental para a evangelização e o trabalho de reinserção social”.
A parceria que promete dar bons frutos. As reflexões e palestras do retiro foram conduzidas por Débora, Marcelo e Thiago Breno da Silva Passos, integrantes do Grupo de Jovens Manaaim, da Paróquia Santo Antônio, da Pampulha. O tema central foi o Evangelho de Mateus 25,36 “…estava preso e fostes visitar- me”. Uma interpretação pela ótica da juventude, e, segundo Thiago, direcionada para a renovação da força dos agentes pastoral que, para ele, são a extensão da Igreja sai dela mesma e vai até os presos, pessoas carentes do amor e da caridade cristã. “A gente pretende fazer um projeto de resgate dos jovens que vão atuar com a pastoral e daqueles que estão presos, para que conheçam a dimensão do amor de Deus”, explica.
A ação social e política
Fortalecer a participação do agente da pastoral carcerária nos conselhos municipais e estaduais como os de educação, saúde e assistência social, no Conselho da República – órgão superior de consulta do Presidente, e na Vara de Execuções Criminais (VEC), também é um dos objetivos da Pastoral Carcerária que visam a estreitar os laços entre o preso, o juiz e a comunidade. Uma atuação política destinada a promover a transformação dos presídios, no sentido de serem, realmente, instituições que promovam a inclusão do preso na sociedade.
Na comunidade, segundo a coordenadora, toda a ação deverá ocorrer nas bases. Ela explica que existem núcleos de apoio que funcionam na região central da cidade, na Casa Camboniana Justiça e Paz, no bairro Planalto, e um terceiro que será revitalizado, no Vicariato Episcopal para a Ação Social e Política, no bairro Lagoinha, mas que o trabalho não pode se limitar a esses espaços. “Aqueles que são assistidos pelos núcleos regionais precisam chegar em suas comunidades e serem reconhecidos pelas pessoas e pelo padre, para que todos possam colaborar – no caso do detendo, com sua reinserção familiar e social, e quanto às famílias, oferecendo-lhes apoio. Daí, a necessidade de trabalharmos nos lugares onde essas estão radicadas”, explica.
O apoio do agente de pastoral pela comunidade fé é outro ponto que Maria de Lourdes aponta como fundamental para a realização de um bom trabalho. Ela observa que quando o grupo da Pastoral Carcerária é legitimado e consolidado na comunidade, adquire mais força para vencer o desafio da missão no cárcere. Isto, porque, de acordo com Maria de Lourdes, é um modo de as pessoas vencerem o preconceito, ao perceberem que elas próprias, assim como os presos,e os agentes de pastoral são pais, mães, esposas e maridos, sujeitos a enfrentarem, em suas famílias, os mesmos problemas que as famílias dos encarcerados enfrentam. “Toda essa dinâmia abre portas para que o agente seja reconhecido como missionário de Jesus no cárcere. E, com a legitimidade conquistada na paróquia, contar com a ajuda de todos para irem aos presídios e realizarem seu trabalho”.
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Pe. Chico Pimenta, entre o Pe. José Haroldo Correia Pinto e o diácono Glêverson Felipe
A coordenadora, Maria de Lourdes, pe. Chico Pimenta e pe. José Haroldo
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