Os ministros ordenados da Arquidiocese de Belo Horizonte se reuniram para a Assembleia Geral do Clero, pela primeira vez realizada na Catedral Cristo Rei, nesta quarta-feira, dia 18 de maio. Bispos, padres e diáconos, acolhidos com a saudação inicial do arcebispo dom Walmor Oliveira de Azevedo, tiveram a oportunidade de aprofundar conhecimento sobre as ações de sustentabilidade promovidas pela Cúria Metropolitana, a partir da Mitra Arquidiocesana. Integraram a pauta principal da Assembleia a gestão solidária das paróquias, a Pastoral em uma Igreja Sinodal e o Encontro Nacional de Presbíteros. O encontro foi também oportunidade para partilhas de temas envolvendo os vicariatos episcopais da Arquidiocese de Belo Horizonte. O vigário geral da Arquidiocese, monsenhor Nédio Lacerda, mediou os trabalhos da primeira Assembleia Geral do Clero na Catedral Cristo Rei.
Na primeira parte da Assembleia, a equipe de gestão da Mitra Arquidiocesana compartilhou informações sobre a gestão das paróquias e prestou contas sobre as iniciativas da Cúria Metropolitana. Com transparência, a equipe de gestão da Mitra detalhou a realidade orçamentária essencial à evangelização. Padre André Lage, que integra a equipe de gestão, sublinhou que a Mitra prioriza uma administração técnica, com especialistas em contabilidade. “Nós, padres, contribuímos com a perspectiva Pastoral”, disse, acrescentando que dom Walmor se dedica ao acompanhamento global dos trabalhos.
A Assembleia, na sequência, aprofundou conhecimentos sobre a sinodalidade na Igreja, com reflexão conduzida pelo padre Geraldo De Mori, SJ. Antes, os bispos auxiliares dom Joaquim Mol e dom Geovane Luís sublinharam a importância do tema. “Falar de Sinodalidade é mais fácil que, de fato, exercer a Sinodalidade”, disse dom Mol. Dom Geovane acrescentou que a Assembleia Geral do Clero é uma expressão de comunhão, fraternidade e experiência de uma Igreja Sinodal, agradecendo aos presbíteros e diáconos que participaram do encontro. Dom Joel Maria dos Santos, ao saudar o padre Geraldo De Mori, lembrou que o sacerdote jesuíta integra a equipe do Sínodo sobre a Sinodalidade na Arquidiocese de Belo Horizonte. O Bispo rememorou o itinerário da Arquidiocese de Belo Horizonte na vivência do Sínodo sobre a Sinodalidade, informando que atualmente o Vicariato para Ação Pastoral cuida da síntese das muitas contribuições.
Ao iniciar a sua apresentação, padre Geraldo De Mori, SJ, disse que muitas pessoas ainda não compreendem a convocação do Papa Francisco. “O caminho da escuta não é uma enquete, mas convite para entrarmos em Sínodo”. O sacerdote lembrou que a Igreja convive com experiências sinodais na sua base e em instâncias diocesanas, mas ressaltou que, mais frequentemente, o processo Sinodal envolve somente bispos. Agora, o Papa Francisco quer que a Igreja do século 21 seja Sinodal. “Como vamos viver juntos, ser Igreja juntos?”, perguntou o presbítero, lembrando que o mundo convive com polarizações e pobrezas.
Padre Geraldo retomou três verbos de marcante homilia do Papa Francisco para indicar atitudes sobre a Pastoral Sinodal: encontrar, escutar e discernir. “É preciso disponibilidade para encontrar Deus e o próximo, vencendo burocracias”. O sacerdote, sobre o segundo verbo, pondera que é preciso dedicar tempo para escutar. “Se formos incapazes de escutar, estaremos incapacitados também para estabelecer relação com o próximo”. Padre Geraldo De Mori concluiu dizendo que, dentro do processo Sinodal, o discernimento ocorre em comunidade, buscando compreender o que é a vontade de Deus. Isto significa superar perspectivas centralizadoras, fundamentadas na autoridade dos ministros ordenados, concluiu o presbítero. Na sequência, os sacerdotes presentes na Assembleia se organizaram em grupos para refletir sobre o caminho sinodal trilhado pela Igreja. Após essa dinâmica, padre Geraldo De Mori dedicou-se a discorrer sobre temáticas indicadas pelos grupos, esclarecendo dúvidas dos presbíteros.
Na conclusão da Assembleia Geral do Clero, foram detalhadas iniciativas de vicariatos episcopais da Arquidiocese de Belo Horizonte. Lucimara Trevizan, assistente pastoral do Vicariato Episcopal para Ação Pastoral, compartilhou informações sobre a Novena de Natal e os Círculos Bíblicos, publicações que poderão ser adquiridas pelas comunidades de fé. O bispo auxiliar dom Vicente Ferreira e o padre Júlio César, vigário episcopal do Vicariato Episcopal para Ação Social, Política e Ambiental, convidaram os ministros ordenados para participarem da 3ª Romaria Arquidiocesana pela Ecologia Integral. Padre Júlio informou ainda que a Campanha do Agasalho da Arquidiocese já começou, reforçando a importância do trabalho articulado das paróquias na missão de ajudar aqueles que mais sofrem com o frio. Padre Márcio Ribeiro, vigário episcopal do Setor Educacional, do Vicariato Episcopal para Educação e Comunicação, anunciou que, no dia 7 de junho, às 19h30, será realizada Live, com transmissão pelo canal da Arquidiocese de Belo Horizonte no YouTube, sobre como implantar a Pastoral da Educação nas comunidades de fé. Também no encerramento da Assembleia, dom Joaquim Mol apresentou o livro “O Novo Humanismo – Paradigmas Civilizatórios para o Século XXI”, organizado por uma equipe de professores da PUC Minas, à luz das orientações do Papa Francisco. Em seguida, sacerdotes da Arquidiocese que se dedicam à Pastoral Presbiteral apresentaram síntese do 18⁰ Encontro Nacional de Presbíteros, concluído na última semana.
O arcebispo dom Walmor, no encerramento da Assembleia Geral do Clero, disse que a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) vai realizar ampla pesquisa sobre a saúde dos presbíteros. A iniciativa, desenvolvida por meio de uma plataforma digital, busca contribuir para a promoção da saúde integral dos sacerdotes. “É preciso que todos participem”, pediu. O Arcebispo lembrou que neste ano eleitoral a Igreja tem importante papel, contribuindo para que o exercício da cidadania seja qualificado. Dom Walmor partilhou indicações importantes com os presbíteros e diáconos. Dentre as orientações, que os evangelizadores procurem incentivar a formação cidadã a partir dos vídeos preparados pelo Núcleo de Estudos Sociopolíticos da Arquidiocese (Nesp/PUC Minas) e das publicações que estão em sintonia com a CNBB. “A Igreja precisa marcar a sociedade com o sabor do Evangelho”, afirmou, ressaltando a gravidade do momento atual. Ao final, o Arcebispo agradeceu muito a cada sacerdote e diácono que esteve reunido para a Assembleia Geral, a primeira na Catedral Cristo Rei “É muito importante vir aqui. O encontro é importante. Agradeço por sua presença, sua comunhão e o seu esforço. Assim fortalecemos as nossas instâncias, para sermos uma Igreja cada vez mais Sinodal.”