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Participação, responsabilidade e autoridade” é tema de reflexão da Assembleia Bispos

16ª Assembleia Geral Ordinária dos Bispos sobre a Sinodalidade iniciou os trabalhos, nesta semana, em comunhão com o alerta do relator geral do sínodo, cardeal Jean-Claude Hollerich, arcebispo de Luxemburgo. O relator lembrou sobre as duas importantes tarefas a serem realizadas após o término da Assembleia: devolver às Igrejas locais os frutos do trabalho reunidos no Relatório Síntese e os elementos para concluir o discernimento em 2024, com uma consciência mais clara do pensamento do Povo de Deus a respeito do significado de uma Igreja sinodal.

Processos  para uma Igreja sinodal missionária

A Assembleia também refletiu sobre os processos, as estruturas e as instituições necessárias para avançar rumo a uma Igreja sinodal missionária. Oportunidade para também tratar das questões de mudanças na vida do discipulado missionário e da corresponsabilidade. Tudo isso em uma Igreja que, nas palavras de Hollerich, “não é muito sinodal” e onde muitos “sentem que sua opinião não conta e que alguns ou apenas uma pessoa decide tudo”.

O relator geral do sínodo analisou as cinco planilhas que serão trabalhadas:

  1. A renovação do serviço da autoridade, afirmando que “onde reina o clericalismo há uma Igreja que não se move, uma Igreja sem missão”, algo que também pode afetar os leigos;
  2. A prática do discernimento em comum, perguntando como introduzi-lo nos processos de tomada de decisão da Igreja, em diferentes níveis, buscando um consenso que supere a polarização;
  3. A criação de estruturas e instituições que favoreçam a participação e o crescimento;
  4. A promoção de estruturas continentais, Assembleias Eclesiais, redes entre Igrejas locais, garantindo a unidade com Roma;
  5. A relação dinâmica entre sinodalidade, colegialidade episcopal e primazia petrina.

Questões delicadas

Hollerich reconheceu que “essas são questões delicadas, que exigem um discernimento cuidadoso”, às quais serão dedicados os trabalhos no ano que antecede a segunda sessão da Assembleia Sinodal. Questões delicadas “porque tocam a vida concreta da Igreja e o dinamismo do crescimento da tradição”.

De acordo com o relator geral do Sínodo, é por meio da participação que podemos trazer a visão inspiradora para a Terra, alertando que “a concretude também implica o risco de dispersão em detalhes.

O relator pediu um esforço especial para manter o foco no objetivo que se está buscando.

Convergências e divergências

Sobre o trabalho dos grupos de discernimento comunitário, o cardeal pediu “para expressar convergências, divergências, questões a serem exploradas e propostas concretas para avançar”, solicitando aos facilitadores, a quem agradeceu pelo trabalho, que “não tenham medo de nos pressionar, mesmo que de forma um pouco decisiva, quando precisarmos deles para nos ajudar a não perder o foco”.

Por fim, o cardeal desejou “um trabalho frutífero  que beneficiará toda a Igreja”, enfatizando que “o discipulado missionário ou a corresponsabilidade não são apenas frases feitas, mas um chamado que só podemos realizar juntos, com o apoio de processos, estruturas e instituições concretas que realmente funcionem no espírito da sinodalidade”.



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