A creche comunitária da Paróquia São Jorge, no bairro Jardim América, realiza intenso trabalho social que beneficia 186 crianças com idades de zero a 6 anos. Elas permanecem na instituição em tempo integral e recebem todo o cuidado necessário, a começar pela alimentação preparada por nutricionistas, o que dá aos pais tranquilidade para trabalhar.
Neste ano, a instituição começa uma importante fase de reestruturação pedagógica, como explica o Pároco, padre José Rezende. “Temos muitos projetos, a começar pela reforma do imóvel onde a creche funciona, passando pela reciclagem dos funcionários e rotina dos alunos. São inavações que serão introduzidas paulatinamente, visando tornar o ambiente cada vez mais digno e propício para o desenvolvimento humano e pedagógico das crianças”, explica o sacerdote.
Para enfrentar este desafio, o pároco conta com a colaboração de sua irmã, Zélia Rezende Soares, psicopedagoga com 10 anos de experiência na creche da Paróquia São João Evangelizta, no bairro Serra.
“Pretendemos trabalhar com a equipe de funcionários e professores somando esforços e contribuindo para que cada criança amplie o conceito que ela tem de mundo , partindo do princípio de que existe uma relação participativa e interativa dela própria na construção do conhecimento e do seu processo de desenvolimento”.
Na maior parte das vezes, quando a criança tem um comprotamento negativo é porque, em algum momento do dia, ela presenciou algo que foi desagradável e que a agrediu |
A psicoterapeuta destaca a importância de que desde os primeiros anos da criança, o educador respeite suas tendências pessoais no desenvolvimento de virtudes e talentos.“ Esse respeito nós observamos também quando trabalhamos a espiritualidade delas. Procuramos falar de Deus, dos valores humanos, mas não impomos nossa religião se a família da criança pertence a outra denominação religiosa”, explica Zélia.
A interação com as famílias é outro ponto a ser considerado no processo de compreensão e desenvolvimento. Zélia Soares destaca a importância de acompanhar cada alteração na conduta e descobrir a causa. “Na maior parte das vezes, quando a criança tem um comprotamento negativo na escola é porque, em algum momento do dia, ela presenciou algo que foi desagradável e que a agrediu. O desafio é compreender para orientar, e não buscar o caminho da punição, que é o mais fácil”.
A proposta de todo trabalho, no entender da psicopedagoga tem que ser fundamentada na afetividade. A carencia afetiva, segundo ela, em todoas as classes sociais e idades, tem sido o maior problema dos pequenos. “É fundamental tratá-los com muito carinho. A certeza da presença afetiva do outro é essencial no desenvolvimento infantil. Só assim será possível a essa geração viver com dignidade e produzir uma culura paz.