A creche comunitária da Paróquia São Jorge, no bairro Jardim América, realiza intenso trabalho social que beneficia 176 crianças das comunidades da Ventosa, Cercadinho e Vila Leonina. Elas permanecem na instituição em tempo integral e recebem todo o cuidado necessário: alimentação adequada, iniciação escolar e estabelecem os primeiros contatos com a arte.
A psicopedagoga Zélia Rezende Soares, diretora da creche, explica que o eixo principal de todas as ações é o brincar, e que as muitas linguagens – oral, escrita, digital e matemática – são trabalhadas segundo a pedagogia da intencionalidade. Isso significa que, para todas as atividades realizadas, os pequeninos precisam apresentar o motivo e o objetivo.
Com essa filosofia, se preparam para aprender a ler, escrever e receber os primeiros conhecimentos da matemática e de outras disciplinas. A mesma orientação serve de base para a elaboração de trabalhos realizados com material reciclável que, todos os anos, são apresentados na mostra cultural, evento que, neste ano, será realizada no dia 25 de novembro.
O foco do aprendizado, momento, é a leitura, desenvolvida por meio das mais variadas formas, desde a contação de histórias, passando pela utilização de fantoches representando os personagens, até a divertida “sacola literária”, estratégia que consiste em envolver as famílias no processo de aprendizado das crianças. Numa sacola especial, os filhos levam determinado livro para casa, que deve ser lido por toda a família. Depois são os familiares dos alunos que vão até a escola para contar a todos o que leram e aprenderam. A atividade termina com uma bela confraternização em torno de uma mesa de lanche, onde pais, alunos, e professores conversam e têm a oportunidade de estreitar os laços de amizade.
A ação educacional, segundo Zélia Soares, tem sempre como referência um fato do dia a dia das crianças e outro que será o centro do aprendizado, Neste mês de junho, por exemplo, as crianças aprenderam um pouco sobre as obras de Alfredo Volpi – um dos mais importantes artistas da segunda fase do modernismo-, caracterizadas pelos casarios e bandeirinhas coloridas. Assim, enquanto faziam as bandeirolas para a festa juninas, iam aprendendo sobre o artista.
Embora tudo seja compartilhado em comunidade, a individualidade da criança é observada. Duas vezes por ano os professores fazem um relatório minucioso sobre o desenvolvimento de cada aluno para ser entregue aos pais. A psicopedagoga destaca a importância de o educador respeitar as tendências pessoais dos pequeninos, desde os primeiros anos de vida, contribuindo, assim, para o desenvolvimento de suas virtudes e talentos.