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Paróquia Sagrada Família acolhe celebração de Nossa Senhora de Urkupinha, a Padroeira do povo boliviano

A Paróquia Sagrada Família, no bairro Sagrada Família, em Belo Horizonte, acolhe com alegria, no domingo, 15 de agosto, às 11 horas, a Celebração de Nossa Senhora Senhora de Urkupiña – ou  Nossa Senhora de Urcupinha. Uma forte devoção que marca a fé cristã-católica do povo boliviano. A celebração será transmitida pelas redes sociais da paróquia.

Entre os países irmanados com o Brasil pela fé católica, a Bolívia ocupa lugar especial no mapa sul-americano. E o Santuário  Nossa Senhora de Urcupinha (mais conhecida como La Virgem de Urkupiña — uma invocação de Nossa Senhora Assunta ao Céu), no vale de Cochabamba, é conhecido pelas muitas graças concedidas aos devotos. Esse centro de devoção mariana, que fica na cidade de Quillacollo,  na região central no país vizinho, é o mais movimentado da Bolívia.

Sem possuir o título oficial de Rainha e Padroeira – a exemplo de Nossa Senhora Aparecida, no Brasil, – a veneração que a Virgem de Urkupiña recebe é como se o tivesse. É grande a movimentação de peregrinos em seu santuário, especialmente durante o mês de agosto, sobretudo no dia 15, festa da Assunção de Nossa Senhora.

A devoção a Nossa Senhora de Urkupinha

A história dessa devoção constitui uma dentre tantas manifestações da maternal ternura de Nossa Senhora com as populações indígenas da América.

Em fins de 1700, uma família de índios quíchuas vivia de modesta criação de ovelhas, nos arredores da vila de Quillacollo. A filha mais nova, de cerca de 10 anos, todos os dias levava o pequeno rebanho até as encostas das suaves colinas dos arredores, onde havia água e pasto em abundância.

Em certo dia de agosto, de sol esplendoroso, a menina teve sua atenção chamada para um pássaro que cantava de maneira inusitada. A menina ouviu, então, passos de alguém se aproximando. Ao voltar-se, deparou-se, cheia de espanto, com nobre Senhora. Ela trazia nos braços um Menino, cujos olhos eram expressivos — descreveu a pastorinha —, como duas estrelas tiradas do céu.

A  Senhora amavelmente lhe dirigiu a palavra e começaram a conversar. Às vezes o Menino se entretinha, brincando com a água cristalina que manava dos rochedos, no que era acompanhado pela pastorinha. Durante alguns dias, a Dama e seu Filho repetiram a visita.

Entretanto os pais da menina perceberam que o horário costumeiro de seu retorno com o rebanho estava um tanto alterado. Ao ser questionada, explicou o que acontecia. Eles não lhe deram crédito, mas resolveram acompanhá-la. Próximo do local, a filha apontou para a colina, exclamando com alegria: “Urkupiña! Urkupiña!” — que no dialeto quíchua significa “já está no cerro!”

Os pais conseguiram ver à distância a Senhora e o Menino. Impressionados, foram imediatamente avisar o pároco e vizinhos em Quillacollo. Quando chegaram todos ao lugar, ainda conseguiram avistar a Virgem e o Menino, que logo desapareceram, enquanto subiam ao céu.

Naturalmente quiseram todos ir até o exato lugar onde a pastorinha costumava receber a celeste visitante.

Admirados, encontraram uma pequena e bela imagem de Maria Santíssima com seu Divino Filho. A imagem foi transferida para a capela da vila de Quillacollo, onde passou a ser venerada pelas populações indígenas, e já há muito mereceu ser chamada de milagrosa, em razão das muitíssimas graças concedidas pela Virgem Mãe de Deus.

Restaurada por artista boliviano e revestida de trajes de seda, coroa, joias e enfeites próprios da cultura hispânica, a imagem, com cerca de 70 cm de altura, encontra-se hoje no altar-mor da Igreja de Santo Ildefonso de Quillacollo. Durante o mês de agosto, milhares de devotos visitam o santuário.

Há um costume peculiar de irem ao local da aparição, onde existe uma gruta na qual se encontra réplica da imagem de Nossa Senhora. Ali os devotos retiram com talhadeiras pedaços de rocha e fazem um pedido à Virgem, levando de volta para casa essas pedras. Em geral, essa pedra é mantida em lugar de destaque na casa. No ano seguinte, em agosto, retomam e depositam a pedra junto à gruta, no caso de as graças terem sido alcançadas.



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