Na audiência geral de quarta-feira, dia 8 de fevereiro, o Papa Francisco encorajou as pessoas que, de algum modo, ajudam os menores escravizados e abusados a se libertarem desta opressão. “Auspicio aos que têm responsabilidade de governo que combatam com decisão esta chaga, dando voz aos nossos irmãos mais pequeninos, humilhados em sua dignidade. É preciso fazer todo esforço para debelar este crime vergonhoso e intolerável”, disse.
Lembrando de Santa Bakhita, africana que foi traficada para ser escrava, o Papa ressaltou que, mesmo explorada e humilhada, não perdeu a esperança e levou adiante a fé e acabou por chegar como migrante na Europa, onde sentiu o chamado do Senhor e se tornou freira. “Rezemos por todos os migrantes, refugiados, explorados que sofrem tanto, tanto”, convidou o Papa.
Em sua fala, o Papa também pediu uma oração especial pelos rohingya, grupo étnico expulso de Mianmar. “Vão de um lugar a outro porque ninguém os quer. Não são cristãos, mas são nossos irmãos e há anos sofrem, torturados, assassinados, simplesmente por levarem avante sua tradição e a fé muçulmana. Rezemos por eles”, rogou o Papa Francisco recitando um Pai-Nosso com os fiéis.
Dia Mundial de oração e reflexão contra o tráfico de pessoas
Celebrado no dia 8 de fevereiro, o Dia Mundial de oração e reflexão contra o tráfico de pessoas, é promovido desde 2015 pela União Internacional dos Superiores Gerais (UISG/USG). Neste ano, o convite foi para que fossem lembrados meninas, meninos e adolescentes vítimas do tráfico. “São Crianças! Não escravos!” foi o slogan escolhido para a ocasião. A coordenação foi assumida pela rede mundial da vida consagrada Talitha Kum, que luta contra o tráfico e reúne organizações parceiras para a promoção da jornada. São oferecidos materiais para vigílias e iniciativas de divulgação da temática.
De acordo com as últimas estatísticas oficiais da Organização das Nações Unidas, um terço das vítimas do tráfico são crianças. O número de pessoas traficadas que são menores de 18 anos, está constantemente aumentando-se no mundo inteiro. Segundo dados da Organização Internacional do Trabalho (OIT), existem no mundo 168 milhões de crianças que trabalham, destas, 85 milhões são empregadas em trabalhos perigosos, como fábricas de vestuário, de fósforos e cigarros laminados à mão. A agricultura é o setor onde mais se encontra trabalho infantil, revelam os dados, cerca de 98 milhões de menores.
O Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unifef) aponta para o número de uma em cada dez meninas com menos de 20 anos que já foram submetidas em algum momento de suas vidas a ter relações sexuais forçadas ou outros atos sexuais contra a sua vontade. O organismo da ONU revela que existem 2 milhões de crianças sujeitas à prostituição e que todos os anos, milhões de crianças em todo o mundo são igualmente exploradas sexualmente, na prostituição ou na pornografia, a maioria enganadas e obrigadas pela força à esta situação, com falsas promessas e pouco conhecimento dos riscos.