Toque as Feridas. O livro, que desperta atenção já pelo título, escrito pelo padre e filósofo checo Tomás Halík, é a indicação literária desta semana, partilhada por padre Robério Santana, vigário paroquial do Santuário Arquidiocesano São José. O livro, que foi indicado ao padre Robério por um confrade, dialoga com importantes questões de nosso tempo. “Nos faz refletir com profundidade, é uma leitura um pouco densa, sobre as feridas do mundo, da sociedade e da igreja. Halík, nesta obra, não tem a pretensão de apresentar ao público uma receita pronta que extermine o sofrimento, que a seu ver é um mistério, seu principal interesse é nos levar a ter sensibilidade suficiente que nos faça considerar que aquele que caminha ao nosso lado é também alguém ferido”, sublinha padre Robério. O Sacerdote observa que ao fazer esse percurso, Halík centra-se nas feridas do Cristo que torna-se um espaço seguro onde os feridos do mundo podem encontrar repouso: “Creio que o tema do livro é de fundamental importância em nossos dias. Cada vez mais vemos crescer o individualismo, a indiferença e terrivelmente a falta de sentido frente à dor. Talvez, refletir sobre as feridas nos leve a ser menos ideológicos e nos ajude a viver realmente com humanidade e ética as nossas relações com os outros.”
Ensinamentos da igreja
Em seu tempo livre padre Robério Santana gosta de se dedicar à leitura de obras que busquem conjugar teologia, filosofia e psicologia: “Creio que esses elementos no mundo de hoje são fundamentais para a pastoral. Quanto mais conseguimos fazer uma leitura que seja capaz de conjugar diversos elementos, melhor conseguimos refletir acerca da fé.” Neste sentido, padre Robério observa ainda que a leitura de livros que buscam refletir sobre a teologia, filosofia e psicologia são muito importantes, assim como estar sempre e muito atento aos ensinamentos da igreja, suas mais diversas publicações e principalmente orientações. “Essa atenção é importante porque cada vez mais vemos surgir pessoas que estão orientando o povo a luz de suas próprias opiniões e não com base naquele que a igreja realmente ensina”, reflete o sacerdote.