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Padre brasileiro é reconhecido venerável pelo Papa Francisco

Um decreto assinado pelo Papa Francisco, nesta segunda-feira, dia 31 de março, reconhece as virtudes heroicas do Servo de Deus, José Antônio Maria Ibiapina, sacerdote brasileiro que viveu no século XIX, conhecido como “peregrino da caridade”, e que agora se torna venerável. Etapa importante para o processo de beatificação.

O bispo de Guarabira, na Paraíba, dom Aldemiro Sena, comunicou o anúncio na Rádio Integração FM. Na ocasião, dom Aldemiro destacou sua alegria e de toda a diocese neste dia de festa e grande júbilo. Convocou também para que toquem os sinos de todas as Igrejas na diocese às 12h, como forma de reconhecimento.

A diocese também divulgou, por meio da Comissão para a Causa de Beatificação e Canonização do padre Ibiapina, a imagem oficial de veneração:

Um novo venerável para o Brasil

Brasileiro, natural de Sobral, no Estado do Ceará, José Antônio Maria Ibiapina, hoje venerável, nasceu em 5 de agosto de 1806. Ingressou no seminário de Olinda, Pernambuco, em 1823, onde permaneceu apenas três meses devido à morte prematura de sua mãe. Durante a revolta antilusitana, em 1824, seu pai e seu irmão foram presos como rebeldes. O pai foi executado e o irmão condenado ao exílio. José foi obrigado a dedicar-se aos estudos jurídicos para poder exercer uma profissão e sustentar suas irmãs que continuavam na pobreza. Após se formar em Direito, tornou-se professor, depois magistrado e delegado de polícia da Prefeitura de Quixeramobim-Ceará.

Em 2 de maio de 1834, foi eleito para o Parlamento Nacional e lhe foi confiada a presidência da Comissão de Justiça Criminal. Em 1835, ele apresentou um projeto de lei para impedir o desembarque de escravos vindos da África em território brasileiro. Mas como suas tentativas de melhorar o sistema judiciário não tiveram sucesso, renunciou ao cargo de juiz e não renovou sua candidatura ao Parlamento. Assim, mudou-se para Recife a fim de exercer a advocacia ao lado dos mais pobres.

Em 1850, o venerável abandonou sua carreira jurídica e voltou a cultivar sua vocação inicial. Em 1853, foi ordenado sacerdote. Foi-lhe confiada várias tarefas na diocese da Paraíba e durante a epidemia de cólera entregou-se sem reservas, tanto que o povo o chamava de “peregrino da caridade”. Fundou várias casas de acolhimento e assistência à saúde, educação cultural e moral, formação religiosa e profissionalizante nas regiões da Paraíba e do Rio Grande do Norte. José também organizou missões populares e construiu igrejas, capelas, hospitais e orfanatos.

No final de 1875, José Antônio Maria Ibiapina foi acometido por uma paralisia progressiva dos membros inferiores e foi obrigado a se locomover em uma cadeira de rodas. Tendo piorado irreversivelmente, faleceu em 19 de fevereiro de 1883. Foi reconhecido como venerável por sua existência exemplar, por ter vivido uma fé intensa, alimentada pela oração constante, pela Eucaristia e por sua confiança em Deus. A fama de santidade que o acompanhou durante sua vida continuou após sua morte, acompanhada de testemunhos de graças.

 



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