Na abertura das celebrações pascais, a Igreja celebra, na manhã da Quinta-feira Santa, a Missa do Crisma. É nesta ocasião que são abençoados os óleos que são utilizados na administração dos sacramentos durante o ano. Também conhecida como Missa da Unidade, a liturgia matutina da Quinta-feira da Semana Santa reúne todo o presbitério diocesano com seu bispo.
De acordo com o Pontifical Romano, essa Celebração é considerada uma das principais manifestações da plenitude do sacerdócio do bispo e sinal da íntima união dos presbíteros com ele.
Origem
A origem do uso dos óleos nos sacramentos é bíblica, com referências a cada um deles na tradição e no magistério da Igreja. Antes do Concílio Vaticano II, o óleo usado nos sacramentos devia ser exclusivamente o azeite de oliveira. Mas, considerando a dificuldade de se conseguir a matéria prima em algumas localidades, o Papa Paulo VI ouviu o pedido de numerosos bispos e permitiu a adoção de outro tipo de óleo, que deve ser extraído de plantas, segundo definiu na Constituição Apostólica sobre o Sacramento da Unção dos Enfermos(Sacram Unctionem Infirmorum ).
Quais são os óleos
Os Santos Óleos preparados estão relacionados aos Sacramentos. Há os óleos abençoados, que são o dos Catecúmenos e dos Enfermos; e o óleo consagrado, o Santo Crisma.
O Óleo dos Catecúmenos é utilizado no Sacramento do Batismo, quando é ungido o peito da pessoa que será batizada. Já o dos Enfermos é conferido àqueles “que estão doentes, ungindo-os na fronte e nas mãos”.
Já o Óleo do Crisma é consagrado durante a celebração, e exclusivamente pelo bispo, no Rito Romano. Além dessa distinção em relação aos outros dois, ele recebe durante a consagração a mistura do bálsamo, o que lhe confere um cheiro agradável, e também o sopro do bispo, como sinal do Espírito Santo.
O Pontifical Romano ensina que “é com o santo crisma consagrado pelo bispo que os recém-batizados são ungidos e que os confirmandos são marcados”. Assim, após receber a água do batismo, é feita a unção pós batismal com óleo do Crisma.
O cheiro agradável
O bálsamo misturado ao óleo faz com que este signifique a plenitude do Espírito Santo, revelando que o cristão deve irradiar “o bom perfume de Cristo”. De acordo com o assessor da Comissão Episcopal Pastoral para a Liturgia da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), padre Leonardo Pinheiro, o bálsamo misturado no óleo do Crisma é comumente oriundo, aqui no Brasil, de essências de ervas da Amazônia.