Comparações são sempre passíveis de questionamentos. Em se tratando de países, tudo fica ainda mais difícil, pois muitos são os fatores de diferenciação: a história, a geografia, a cultura, a condição social, o nível econômico, o tamanho da população, a idade do país.
De qualquer modo, quando temos acesso a informações relevantes, como o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), é bom nos inteirarmos do que acontece pelo mundo. Até porque, em tese, toda informação é importante para que possamos avaliar e aperfeiçoar nosso próprio índice.
Como já foi divulgado, desde que o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) divulgou o ranking do IDH, em 14 de dezembro, sabemos que o Brasil desceu um degrau em relação ao IDH anterior. Agora, na lista dos 188 participantes da avaliação, nosso país ocupa o 75º. lugar.
No topo da lista, e não pela primeira vez, está a Noruega.
Modelo em educação
Esperança de vida ao nascer, expectativa de anos de estudo, média de anos de estudo e renda nacional bruta per capita são os critérios do IDH. No caso da Noruega, foco na educação, com base na publicação “Mundo Afora – Educação Básica e Ensino Médio #11”. Trata-se de um estudo lançado pelo Itamaraty no final de 2014 e que abrange boas práticas educacionais em 29 países.
Assim, extraio do texto de Silvia Ramos Dreys, auxiliar administrativa da Embaixada do Brasil em Oslo, alguns pontos de como a educação flui na Noruega.
“A escolarização universal para as crianças foi introduzida na Noruega há 250 anos. Em 1889, sete anos de escolaridade eram obrigatórios; em 1969, a obrigatoriedade passou a ser de nove anos e, em 1997, dez anos.”
“A educação é obrigatória e gratuita para crianças e adolescentes de seis a 16 anos e todos os jovens entre 16 e 19 anos têm o direito legal de três anos de ensino médio.”
O objetivo de transmitir mais conhecimento para mais pessoas destina-se a promover a justiça e o bem-estar social para todos. A Noruega é uma sociedade multicultural e a educação deve contribuir para a maior compreensão de outras pessoas” |
“A educação é essencialmente pública, embora exista um setor privado, tanto ao nível dos ensinos primário e secundário (inferior e superior), como para o ensino superior. Este setor é considerado como suplementar do ensino público, oferecendo alternativas educativas ou abordagens ideológicas de educação (Montessori, Steiner etc.), mas é subsidiado pelo Estado em cerca de 75% a 85% do orçamento das instituições.”
“Disciplinas escolares no primário e secundário: Conhecimento Cristão e Religioso e Educação Ética, Norueguês, Matemática, Estudos Sociais, Arte e Artesanato, Ciência e Meio Ambiente, Inglês (obrigatório a partir do nível primário), Música, Economia Doméstica, Educação Física.”
“A partir de 1º. de janeiro de 1999, todos os municípios na Noruega foram legalmente obrigados a fornecer creches antes e depois do horário escolar para crianças que frequentam as quatro primeiras séries.”
Objetivos
“A educação primária e a secundária devem servir a vários propósitos. Elas devem dar a cada aluno o conhecimento e conduzi-lo para uma vida significativa, como indivíduo e como cidadão. Ela também deve contribuir para dar às crianças e jovens uma boa base a partir da qual elas possam dominar suas próprias vidas e realizar desejos e sonhos – tanto em sua vida profissional como em sua capacidade social. A educação não é apenas um projeto individual, mas também um investimento para a comunidade. O objetivo de transmitir mais conhecimento para mais pessoas destina-se a promover a justiça e o bem-estar social para todos. A Noruega é uma sociedade multicultural e a educação deve contribuir para a maior compreensão de outras pessoas.”
Há muito mais coisas interessantes sobre a educação na Noruega que, por questão de espaço, não incluo neste texto. Mas, o leitor pode saber mais pela internet. A publicação do Itamaraty que traz informações sobre a educação no país líder do ranking do IDH está na rede, com acesso pelo endereço:
http://www.dc.itamaraty.gov.br/publicacoes/mundo-afora-no-11-educacao-basica-e-ensino-medio
Lucila Cano
Redatora publicitária e assessora de imprensa
formada em Comunicação Social pela Fundação Armando Álvares Penteado – FAAP (SP)